Fisiculturista Allan Guimarães Pontelo morreu dentro de boate em setembro de 2017 (Reprodução/Facebook)
Dois seguranças de uma boate no bairro Olhos D’água, região do Barreiro, em Belo Horizonte, foram condenados por matar o fisiculturista Allan Guimarães Pontelo dentro do banheiro do estabelecimento. Pelo crime, a dupla foi condenada a 16 anos de prisão, em regime fechado. Eles ainda podem recorrer da setença, que é primeira instância.
A decisão do júri popular foi conhecida na madrugada desta quarta-feira (26), após 24 horas de julgamento. Além dos condenados, outros dois seguranças também respondem pelo assassinato. Um deveria ter sido julgado nesta semana, mas como o advogado de defesa do réu passou mal, a audiência foi desmembrada e remarcada para 29 de setembro. O quarto acusado também teve o processo desmembrado, e não tem data prevista para julgamento.
Os seguranças sentaram no banco dos réus na última segunda-feira (24). Durante a sessão presidida pela juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira, os seguranças alegaram inocência. No entanto, o Conselho de Sentença entendeu que os dois foram responsáveis pela morte ao conduzir a vítima para a uma área restrita na boate para uma “revista” à procura de drogas.
Segundo denúncia do Ministério Público, ao se recusar a passar pelo procedimento, Allan foi espancado violentamente, com socos e chutes, imobilizado e estrangulado até a morte. O laudo de necropsia apontou como causa do óbito “asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço”, além de diversas lesões no corpo.
Julgamento
Durante o interrogatório, os réus deram versões semelhantes e contaram que "apenas davam suporte aos seguranças, policiais militares a serviço da boate, e que coibiam o uso e venda de entorpecentes na casa noturna". Além disso, disseram que abordaram o fisiculturista no banheiro e o deixaram à disposição dos seguranças depois de imobilizar a vítima, que recebeu voz de prisão de um outro réu supostamente por causa das drogas escondidas pelo corpo. A versão, no entanto, não foi aceita pelos jurados.
Assassinato
O crime aconteceu na madrugada de 2 de setembro de 2017, em uma boate no bairro Olhos D’Água. Segundo o Ministério Público, Pontelo teria sido abordado por dois seguranças no banheiro da boate após uma denúncia de que estaria traficando drogas. A vítima teria sido levada para uma área restrita e se recusado a ser revistada, sendo depois espancada até a morte.
Leia mais:
Justiça interrompe julgamento de suspeitos de matar fisiculturista em BH após advogado passar mal
Seguranças são julgados pela morte de fisiculturista em boate
Seguranças acusados de matar fisiculturista em boate de BH vão a júri popular