Sind-UTE denuncia governo de Minas por precarizar ensino durante pandemia

Rosiane Cunha
rmcunha@hojeemdia.com.br
28/05/2020 às 19:44.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:37
 (MCTIC)

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O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) denunciou o governo do Estado ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pelos transtornos causados aos alunos e professores submetidos ao sistema de teleaulas e teletrabalho durante a pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o Sind-Ute, o programa não dialoga com a realidade social dos estudantes, além de apresentar uma estrutura precária para a transmissão das aulas. "O que o Estado propôs, na verdade, não foi teletrabalho, foi 'se vira no trabalho', porque as condições que o Estado tem obrigação de ofertar para o desempenho dessa atividade, o Estado não fez", explica a coordenadora-geral, Denise Romano.

Para o Sind-UTE, o teletrabalho e as teleaulas impõem aos educadores a responsabilidade de arcarem com plano de internet para atender aos estudantes, cargas horárias extenuantes, o acompanhamento de dezenas de grupos de whatsapp, correção de atividades de madrugada, além de nenhum profissional ter sido treinado para lidar com as novas plataformas. "Isso significa um comprometimento grave da saúde e bem-estar das trabalhadoras e trabalhadores em educação".

Na denúncia, a categoria reforça que o sistema, além de precarizar o trabalho e desresponsabilizar o Estado de garantir suporte tecnológico e econômico para a categoria, exclui cerca de 700 mil estudantes do modelo de ensino que exige uso de internet, aplicativos e sinal da TV Rede Minas, "o qual não chega a 670 municípios mineiros. A entrega do Plano de Estudo Tutorado (PET) nas escolas ainda propicia a quebra do isolamento social e o aumento da contaminação pelo Coronavírus".

Um outro agravante apontado pelo sindicato se refere ao programa https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/falta-de-acesso-%C3%A0-internet-%C3%A9-entrave-ao-ensino-remoto-em-minas-apontam-especialistas-1.786534, em que as aulas não teriam sido produzidas por professores da rede pública estadual, o que gerou incompatibilidade de conteúdo. "Os alunos têm dificuldade de acompanhar a dinâmica e as/os professores/as recebem muitas dúvidas, ocasionando ainda mais sobrecarga e perda da qualidade da educação pública", informou.

A Secretaria de Estado de Educação  (SEE) informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre a denúncia feita pelo sindicato da categoria no Ministério Público de Minas Gerais e no Ministério Público do Trabalho. A pasta informou ainda que continua à disposição para prestar os devidos esclarecimentos.   

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