Kalil encara tensões e brigas políticas na Câmara Municipal

André Santos
avieira@hojeemdia.com.br
20/03/2021 às 14:10.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:28

As últimas semanas na Câmara de BH deixaram evidente que o prefeito Kalil não conta mais com apoio majoritário e sólido para aprovar projetos de interesse da PBH. Da mesma maneira, a atuação do líder de Governo na casa, vereador Léo Burguês (PSL), já não é vista entre pares como suficiente para conseguir aglutinar votos e folga ao prefeito em debates polêmicos.

Nesta semana, cogitou-se até que um processo de “fritura” de Léo Burguês poderia estar em curso. O tema ganhou força com uma reunião a portas fechadas entre Kalil e um grupo de oito vereadores, que estariam pedindo a troca da liderança no Legislativo. O mais cotado para a substituição seria Gabriel Azevedo (Patriotas) – líder do bloco Democracia e Independência. Em nota, porém, a assessoria de Gabriel Azevedo afirmou que não existe essa conversa. Clarissa Barçante/ALMG 

Adalclever Lopes:“Não existe isso de troca de líder. Léo está fazendo um ótimo trabalho e tem a total confiança do prefeito”

Já o secretário de Governo da PBH, Adalclever Lopes, saiu em defesa de Burguês. “Não existe isso de troca de líder. Léo está fazendo um ótimo trabalho e tem a total confiança do prefeito”, garantiu. O próprio Burguês assegurou que não sai. “Continuo fazendo o trabalho que o prefeito me confiou. Não ouço nada de troca, muito pelo contrário, o que tive nos últimos dias foi o apoio tanto do Kalil como do secretário de governo”, afirmou.

Interlocutores próximos a Kalil entendem que o clima tenso na Câmara seria motivado por ação de bastidor do deputado federal Marcelo Aro (PP). Ele estaria influenciando vereadores a votar contra projetos do governo. Aro e Kalil romperam no início do ano. 

O secretário Lopes disse que, de fato, alguns parlamentares estão se “deixando levar por influências externas”. “Infelizmente, quando esses vereadores forem às ruas e perceberem que estão prejudicando as suas bases, pode ser tarde demais”, afirmou ele.

Atualmente “a base de Aro” aglutinaria ao menos 10 vereadores. A influência do deputado estaria sendo sentida desde a reeleição de Nely Aquino (Podemos) à presidência da casa, em janeiro. No discurso de posse, Nely convidou Aro ao plenário e disse que, sem a ação do parlamentar, “a vitória (dela) não teria sido possível”. Perguntado sobre o tema, Aro afirmou que o rompimento com Kalil se deu por diferenças ideológicas e de linhas de atuação. “Política é feita por grupos e eu e alguns vereadores integramos um mesmo grupo. Mas daí a dizer que eu influencio na decisão de um parlamentar é algo infundado” , disse.

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