REFORÇO

“5ª dose da vacina contra a Covid-19 não é para todo mundo”, explica infectologista

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hpjeemdia.com.br
24/08/2022 às 20:19.
Atualizado em 27/08/2022 às 15:47
Alexandre Sampaio Moura, infectologista da Santa Casa, explica que 4ª dose é suficiente para pessoas que não sejam imunossuprimidas (Breno Esaki/Agência Saúde)

Alexandre Sampaio Moura, infectologista da Santa Casa, explica que 4ª dose é suficiente para pessoas que não sejam imunossuprimidas (Breno Esaki/Agência Saúde)

Começa nesta quinta-feira (25) a aplicação da 5ª dose contra a Covid-19 para pessoas com alto grau de imunossupressão, a partir de 12 anos. A vacinação contempla alguns grupos como pessoas transplantadas, portadoras de HIV ou pacientes em hemodiálise. 

É preciso deixar claro, no entanto, que a 5ª dose é para pessoas específicas e não há necessidade da sua aplicação em outros grupos, afirma Alexandre Sampaio Moura, infectologista da Santa Casa.

O médico explica que a 5ª dose é, na verdade, uma 3ª dose de reforço. “O esquema básico de vacinação é de duas doses primárias e duas doses de reforço. No caso dos imunossuprimidos, são três doses primárias e duas de reforço”, diz. 

Ele também esclarece que pessoas com comorbidade não entram nesta categoria. “Os imunossuprimidos são aqueles que têm uma dificuldade maior de aumentar sua imunidade, por isso faz sentido reforçar a vacina. Já pessoas com comorbidade, como diabetes, já conseguem uma boa proteção com as quatro doses”, aponta. 

Para ele, só faria sentido uma 5ª dose para a população geral com a chegada de uma vacina atualizada e que proteja de alguma variante. 

"Existe um platô de imunidade que atingimos com as vacinas, então, não adianta ficar tomando doses de reforço com as vacinas disponíveis. Quem tomou as doses recomendadas já conseguiu aumentar a sua imunidade", diz. 

O infectologista também recomenda outros cuidados para alguns grupos específicos de imunossuprimidos. “Oriento o uso de máscara em casos de aglomeração, principalmente para pessoas transplantadas ou que estejam fazendo quimioterapia”, afirma. 

Falta de 4ª dose em BH

Sobre o público geral abaixo dos 40 anos, que ainda não foi convocado para tomar a 4ª dose, a PBH afirma em nota que " ainda aguarda a liberação do Ministério da Saúde."

Segundo a prefeitura, "é imprescindível também que novas remessas de vacinas sejam entregues ao município, o que permitirá a aplicação dos imunizantes, assim que houver a orientação federal."

A Secretaria Municipal de Saúde também ressaltou que "tem disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a convocação de novos grupos, tão logo o público esteja elegível para receber mais uma dose."

O que diz o Ministério da Saúde

Em nota, o Ministério da Saúde informou que “indica a segunda dose de reforço (4ª dose) da vacina contra a Covid-19 para pessoas a partir de 40 anos.” 

O Ministério também diz que “a Câmara Técnica Assessora em Imunizações mantém as discussões referentes às alterações e ampliações do esquema vacinal para novos grupos, de acordo com as evidências científicas e o cenário epidemiológico, que são acompanhados diariamente pela pasta.”

O órgão também reitera que “as doses de vacinas Covid-19 são enviadas de acordo com a solicitação de cada estado, considerando o público-alvo planejado e a capacidade de armazenamento. Cabe aos estados o planejamento e gerência da distribuição aos municípios.”

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