Abracerva pede que governo proíba uso de dietilenoglicol e monoetilenoglicol na produção de cervejas

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
13/01/2020 às 19:16.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:16
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A  Associação Brasileira de Cervejaria Artesanal (Abracerva) solicitou nesta segunda-feira (13) ao Ministério  da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que seja proibido, em todo o território nacional, o uso de dietilenoglicol e monoetilenoglicol no processo produtivo de cervejas artesanais. As substâncias, encontradas em tanques de resfriamento da empresa Backer, de Belo Horizonte, estão sendo associadas a uma síndrome que já teria acometido 17 pessoas.

O presidente da Abracerva, Carlo Giovanni Lapolli diz que, após a possível intoxicação das pessoas, a medida é uma forma de prevenir novos acontecimentos do tipo. Para Lapolli, deve haver "a proibição cautelar do uso de monoetilenoglicol e dietilenoglicol" em sistemas de resfriamento "até a elaboração de norma definitiva sobre o assunto com a comunicação geral às cervejarias."

Nesta segunda, o Mapa resolveu que todas as marcas de cerveja produzidas pela Backer deverão ser recolhidas do mercado, e que a empresa está proibida, temporariamente, de comercializar qualquer produto. A medida é válida até que "seja descartada a possibilidade de contaminação de demais produtos".Maurício VieiraPerícia da Polícia Civil encontrou dietilenoglicol e monoetilenoglicol nos tanques de resfriamento da Backer

Segundo Lapolli, apesar de o Mapa poder intervir no processo, a indústria de cervejas é quem deve se responsabilizar para evitar qualquer tipo de contaminação. Mesmo assim, para ele, há brechas para que os dois elementos sejam usados sem que isso seja considerado ilegal.

"A legislação sanitária de produção de cervejas apresenta um vácuo quanto aos produtos possíveis de utilização como anticongelantes em sistemas de troca de calor (tanques e trocadores de placas) no processo cervejeiro", afirmou. Por isso, acha essencial que uma regra seja firmada pelo ministério.

Nesta segunda, a Backer negou mais uma vez que use dietilenoglicol no processo produtivo de suas cervejas. "A Backer adianta que, na semana passada, solicitou uma perícia independente e aguarda os resultados. Reitera que, em seu processo produtivo, utiliza, exclusivamente, o agente monoetilenoglicol", informou a companhia, por meio de nota.

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