‘Agosto Caramelo’: ação combate abandono de animais em MG, que tem 17 casos de maus-tratos por dia
Iniciativa do prevê feiras de adoção, mutirões de castração, ações em escolas e mobilização social durante agosto
Mais de 30 milhões de cães e gatos vivem em situação de abandono no Brasil, sujeitos a doenças, fome, violência e falta de assistência veterinária. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (7) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que lançou a campanha “Agosto Caramelo” na tentativa de ampliar a conscientização sobre os maus-tratos contra animais em Minas.
A mobilização inclui atividades educativas em escolas, mutirões de castração e microchipagem, feiras de adoção, ações culturais e produção de conteúdo informativo. A proposta é reforçar o cuidado coletivo com os pets, estimulando a guarda responsável, o combate ao abandono e a valorização da diversidade animal.
Durante todo o mês, a iniciativa promove a união entre governo, ONGs, instituições de ensino, setor privado e sociedade civil. A escolha do mês tem caráter simbólico, já que em 26 de agosto se celebra o Dia Mundial do Cão.
Segundo a diretora de Fauna Doméstica da Semad, Júlia Amorim, o Agosto Caramelo vai além de uma ação pontual. Para ela, trata-se de um pacto institucional. “Queremos que cada cidadão compreenda que proteger animais não é apenas um gesto de compaixão, mas uma responsabilidade que contribui para a saúde pública, a segurança e o equilíbrio ambiental”, disse.
Maus-tratos disparam em Minas
A campanha estadual vem à tona poucos dias após reportagem do Hoje em Dia mostrar o aumento alarmante dos casos de maus-tratos contra animais em Minas. No primeiro semestre de 2025, as ocorrências cresceram 51% em relação ao mesmo período do ano passado. São, em média, 17 registros por dia.
Além de agressões, também configuram maus-tratos o abandono, a negligência com a higiene, manter animais em locais insalubres e sem comida ou água, entre outras práticas cruéis. Pelo menos 220 pessoas foram presas por crimes contra animais nos seis primeiros meses deste ano - um salto de 26% nas detenções.
A coordenadora do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA), Adriana Araújo, apontou falhas na fiscalização e na estrutura pública para combater o problema. “A ausência de fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, por falta de equipe capacitada e estrutura, dificulta a ação efetiva”, afirmou.
Apesar do endurecimento da Lei Sansão - que prevê pena de até cinco anos de prisão para quem comete crueldades contra cães e gatos -, ainda falta fiscalização e atuação coordenada entre os órgãos públicos, segundo avaliação de Adriana Araújo.
*Estagiária, sob supervisão de xxxxxx
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