ANM volta a vistoriar barragem que transbordou em Congonhas

Daniele Franco
23/12/2019 às 10:10.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:07
 (Reprodução/TV Globo)

(Reprodução/TV Globo)

Técnicos da Agência Nacional de Mineração (ANM) voltaram na manhã desta segunda-feira (23) a vistoriar a barragem do Josino, em Congonhas, região Central do Estado. As fortes chuvas que atingiram a cidade na última sexta-feira (20) provocaram um transbordamento do conteúdo da estrutura, fenômeno tecnicamente chamado de galgamento. Segundo a Prefeitura de Congonhas, em uma hora choveu 120 mm. Com o grande volume de água, o conteúdo extrapolou a barragem e chegou a atingir a BR-040, na altura do bairro Pires.

Os profissionais estiveram pela primeira vez no local nesse domingo (22) e, em análise preliminar, descartaram qualquer risco na estrutura da barragem de sedimentos, que está classificada dentro da Política Nacional de Segurança de Barragens com categoria de risco baixo e dano potencial associado médio. Após a visita desta manhã, os técnicos emitirão um relatório sobre a situação da barragem, que pertence à Ferro + Mineração.

De acordo com o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil de Minas Gerais, a barragem é pequena, com capacidade de apenas 16,6 mil metros cúbicos. Como comparação, a capacidade da barragem que se rompeu em Brumadinho era de 12,7 milhões de m³. O método de alteamento da barragem do Josino também é mais seguro, à jusante, do que o à montante pelo qual foi construída a estrutura em Brumadinho.

Boato

O incidente na barragem chegou a circular entre a população como se fosse um rompimento, mas a Secretaria de Meio Ambiente da cidade esclareceu que a mineradora não tem barragem de rejeitos porque os empilha a seco. Segundo o órgão, a drenagem de água da BR-040 foi direcionada para o interior do dique, que transbordou o excesso.

A prefeitura ainda informou que o vazamento contaminou a água de abastecimento do bairro Pires. Copasa e empresas da localidade foram convocadas para uma reunião na qual serão discutidas soluções para o abastecimento na região, que já é afetada frequentemente em épocas de chuvas fortes.

"A Secretaria de Meio Ambiente esclarece ainda que os eventos mencionados não têm nenhuma relação com a empresa Ferrous, citada em alguns áudios, e mantém um monitoramento constante quanto à segurança das estruturas localizadas no município, diretamente junto das empresas de mineração e da Agência Nacional de Mineração-ANM, que inclusive já esteve no local hoje e reportou a segurança da estrutura", informou a prefeitura em nota.

Outra barragem

É na cidade de Congonhas que fica uma das maiores barragens em área urbana do país, a Casa de Pedra, da CSN Mineração, que não registrou nenhum problema por causa da chuva de sexta.
 
Em novembro, moradores do entorno da Casa de Pedra ficaram apreensivos por causa de um tremor de terra de magnitude 3,2 na escala Richter. A principal preocupação era que o abalo tivesse afetado, de alguma forma, a estrutura, podendo provocar seu rompimento
 
Na ocasião, a CSN Mineração informou que o tremor não tinha causado nenhuma anomalia na estrutura. Técnicos da Agência Nacional de Mineração (ANM) vistoriaram a barragem e também descartagem qualquer irregularidade.

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