
A nomeação de Leônidas Oliveira para chefiar a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) deve sair nos próximos dias, mas ele já faz os planos para o trabalho que será desenvolvido. A prioridade máxima, nesse momento, é garantir que os profissionais dos dois setores possam ser assistidos durante esse momento de enfrentamento à pandemia de Covid-19.
“Conversei com Zema e Paulo Brant (governador e vice-governador, respectivamente) e fiquei muito feliz em ver que eles têm consciência de que a cultura e o turismo foram as áreas mais impactadas pela crise. Isso me deu uma tranquilidade”, contou Leônidas.
A intenção dele é realizar um cadastro dos artistas e chamar os movimentos culturais para que todos possam colaborar com ideias de como o Estado pode minimizar a situação desses profissionais.
“O trabalhador da cultura é o que mais precisa de apoio, porque não tem Fundo de Garantia, não tem carteira assinada e está parado”, afirmou. “E o próprio vice-governador enfatizou que é preciso tratar todo mundo de forma igual, sem ideologismo”.
No caso do setor de turismo, muitos dos trabalhadores têm carteira assinada, mas mesmo assim a secretaria deve viabilizar um cadastro para planejar uma ajuda aos profissionais da área.
A maneira com que o cadastro será feito e que tipo de auxílio será destinado aos profissionais das duas áreas será definida depois de conversas com sociedade civil e outras secretarias. Atualmente, o Estado vive um déficit na arrecadação, devido à paralisação das atividades econômicas durante o enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Protocolos para o retorno
Outra perspectiva do futuro secretário é de montar uma comissão com integrantes do Estado e da sociedade civil para definir protocolos para o período de pós-pandemia, quando puder haver um retorno de espetáculos artísticos e eventos turísticos, mas sem deixar de lado os cuidados necessários para evitar a transmissão do novo coronavírus. “Vai ser um momento em que vamos ter de incentivar as pessoas a gastarem seu dinheiro aqui. Isso vai ser primordial para fortalecer a cadeia criativa de toda a cultura”, adiantou.
Para a construção de um projeto de marketing forte para o turismo na pós-pandemia, Leônidas quer convidar várias entidades para o diálogo como Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), Fundação de Arte de Ouro Preto e Rede Minas. Segundo ele, também é possível fazer parcerias em nível nacional e internacional.
“Para estimular o turismo, vai ser importante mostrar ao mundo que Minas é um lugar seguro, primeiramente porque oferece segurança para o turista passear e também porque se mostrou mais seguro diante da pandemia”, disse Leônidas.
Arquiteto e urbanista, Leônidas atuou como presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e esteve à frente da Fundação Municipal de Cultura e da Belotur em Belo Horizonte, durante a gestão de Marcio Lacerda. Questionado sobre o que realizou na capital mineira que poderá ser levado para a pasta estadual, ele informou que irá investir na descentralização de recursos.
Durante sua gestão na Fundação de Cultura, foram criados alguns projetos de descentralização que visavam potencializar o trabalho feito nos centros culturais, espalhados pelas nove regionais. Como Descentra Cultura, que viabilizava, por meio de edital, a realização de espetáculos artísticos em bairros que não estão na região central da capital. “Precisamos olhar para o município pequeno, fazer com que ele tenha acesso aos recursos da lei de incentivo”, disse.
Para o turismo, ele verificou que o mais importante é o investimento na divulgação das belezas, dos eventos, da gastronomia e da cultura do Estado. “A minha passagem pela pela Embratur me deu um choque de realidade para entender o turismo. Vi que para alavancar que ter muito investimento em marketing para o Brasil e para o mundo”.