O número de mineiros que não completaram o esquema vacinal contra a Covid já chega a 1,8 milhão. O maior atraso é na aplicação da segunda dose da AstraZeneca. Sem o imunizante, essas pessoas estão mais vulneráveis a contrair a forma grave da doença, principalmente em meio ao avanço da circulação da variante Delta.
Parte do grupo ainda está no intervalo máximo de três meses para receber o reforço. Há, também, a possibilidade de desatualização de dados por parte das prefeituras. Porém, a maioria é formada por moradores que não voltaram aos postos de saúde.
A constatação é da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que fez o levantamento. Conforme a pasta, o atraso na segunda dose estava em 1,2 milhão de pessoas no início de setembro.
Das pessoas que não receberam a 2ª dose, 1,1 milhão são de AstraZeneca, 383 mil da CoronaVac e 252 mil da Pfizer
“A primeira dose vai dar proteção e estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos, mas a proteção só será mais robusta com a segunda, fazendo a defesa do nosso organismo aumentar”, reforça a infectologista da Santa Casa de BH, Claudia Murta.
Dentre uma das hipóteses para o atraso, está o medo de efeitos colaterais. O possível temor, no entanto, precisa ser enfrentado. “Só deve ficar preocupado quem teve reação alérgica muito grave ou tenha tido episódio de trombose. Do contrário, é procurar um ponto e tomar a vacina”, acrescenta o pesquisador da Faculdade Santa Casa, Alexandre Sampaio Moura.
Procura por faltosos
O cenário preocupa as autoridades de saúde. Coordenadora Estadual de Imunização, Josiane Dias Gusmão alerta que a vacinação completa protege a todos.
“É preocupante. Os estudos mostram melhor eficácia após a segunda dose e todas as vacinas também se mostram eficazes, por exemplo, para a variante Delta”.
Segundo ela, há uma recomendação para que as secretarias municipais procurem aqueles considerados faltosos na vacinação, realizando um contato direto com cada pessoa.
50% estão 100% vacinados
Na contramão daqueles em atraso, estão os mais de 7,8 milhões de mineiros que já concluíram a imunização com duas doses. O dado representa 51,1% da população adulta.
O cenário, segundo Josiane Gusmão, mostra a confiança da maior parte da população diante dos imunizantes. “Mostra o entendimento que as pessoas têm de que as vacinas salvam vidas. É por meio da vacinação e aumento de cobertura que vamos reduzir a circulação do vírus e chegar preto do tão esperado término da pandemia”.