Cerca de 400 atingidos por barragens em Minas Gerais se reuniram nesta segunda-feira (14) em frente ao prédio do Ministério Público do Estado (MPMG), em Belo Horizonte, pelo "Dia Internacional de Lutas Contra as Barragens, Pelos Rios, Pela Água e Pela Vida" e exigiram punições às mineradoras responsáveis pelos depósitos de rejeitos.

De acordo com o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andreoli, o grupo entregou uma pauta ao MPMG cujo ponto principal é a inclusão dos atingidos pelas enchentes do início do ano ao processo de repactuação dos acordos da tragédia de Brumadinho. "Nós pedimos que o Ministério Público investigue a fonte da lama contaminada que chegou à bacia do Rio das Velhas, após as enchentes. Em Brumadinho, com as cheias, nós soubemos também que a lama chegou a lugares que antes não tinha chegado", explicou.

Após a manifestação em frente ao Ministério Público, o grupo foi até a sede do Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) e entregaram uma ação cautelar para anular as licenças ambientais das empresas que descumpriram a lei que previa o descaracterização de 44 barragens a montante no Estado.

"O governo se comprometeu a colocar os pontos apresentados na mesa de discussão do processo de repactuação. Mesmo assim, nos próximos dias, nós entraremos com a medida cautelar exigindo o ingresso de novas vítimas ao processo, e estamos organizando uma ação civil exigindo reparações integrais aos atingidos", afirmou Andreoli.

Diálogo
Durante reunião entre os representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do poder público, nesta segunda (14), o advogado-geral de Minas, Sérgio Pessoa, enfatizou a importância do diálogo entre o Estado, a população e as mineradoras.

"É uma satisfação poder participar dessa reunião e dizer que a AGE-MG (Advocacia-Geral do Estado) está aqui com a postura de escuta, de diálogo, com o propósito de construir pontes. Nossa postura tem sido nesse sentido e a orientação do governador Romeu Zema, desde as tragédias ambientais de Brumadinho – e agora com a repactuação Mariana –, tem sido centralização de que todas as ações se dirijam em prol e a favor dos atingidos", disse Pessoa.

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