Chacina de Unaí

Auditores fiscais do trabalho pedem 'celeridade da Justiça' para prisão de Antério Mânica

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
27/05/2022 às 21:38.
Atualizado em 27/05/2022 às 21:42
Auditores fiscais do trabalho estendem faixa após condenação de Antério Mânica  (Gabriel Rezende / Hoje em Dia)

Auditores fiscais do trabalho estendem faixa após condenação de Antério Mânica (Gabriel Rezende / Hoje em Dia)

Após a condenação de Antério Mânica a 64 anos de prisão por ser mandante da chacina de Unaí, auditores fiscais do trabalho, que estavam em vigília na porta do tribunal desde a última terça-feira (24), comemoram na noite desta sexta-feira (27). Em ato, eles homenagearam os servidores mortos em emboscada em janeiro de 2004.

O ato foi organizado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait). O grupo entoou gritos de "justiça, ainda que tardia". Presidente do sindicato, Bob Machado ressalta que a categoria espera há 18 anos pela condenação. "É uma luta dura. Esperamos agora que com essa condenação consigamos chegar mais perto da Justiça", alegou.

Machado afirma que espera "celeridade do judiciário para que os mandantes da chacina de Unaí sejam efetivamente presos". "Foi um assassinato frio, calculado, contra agentes do estado que cumrpia com seu dever funcional. Combatiam o trabalho escravo e infantil e fiscalizavam o cumprimento da legislação trabalhista", declarou.

Carlos Calazans, que à época do crime era delegado do trabalho, cita sentimento de "alma lavada". "A impunidade é algo que nos perseguiu o tempo todo. Eu estou muito feliz. Ter uma sentença condenando o Antério é uma vitória", afirmou.

Condenação 
Antério Mânica foi considerado culpado pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal por ser um dos mandantes da Chacina de Unaí. A juíza Raquel Vasconcelos atribuiu pena de 64 de prisão. Contudo, ele tem direito de recorrer em liberdade.

Relembre o crime
Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais do trabalho João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e Erastótenes de Almeida Gonçalves e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados com tiros à queima-roupa, após uma emboscada na região rural de Unaí, no noroeste de Minas Gerais.

À época, o trio investigava denúncias de trabalho escravo que estaria acontecendo em fazendas da região. O crime ficou conhecido como Chacina de Unaí.

Rogério Alan, Erinaldo Silva e William Gomes foram condenados por serem "pistoleiros" contratados. As penas, juntas, somam 226 anos de prisão.

Os intermediários do crime, segundo a acusação, eram os empresários Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro. Os dois confessaram o crime e foram condenados.

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