Durante massagem modeladora

Massagista de BH é denunciado por assédio sexual; suspeito já foi condenado pelo mesmo crime

Clara Mariz
@clara_mariz
27/05/2022 às 21:10.
Atualizado em 27/05/2022 às 22:02

Duas mulheres denunciaram um massagista de Belo Horizonte por violação sexual mediante fraude. O suspeito já havia sido denunciado e condenado pelo mesmo crime em 2019. Na época, ele trabalhava em uma clínica de estética no São Pedro, região Centro-sul da capital.

Nas denúncias atuais, as vítimas alegam que durante as sessões o homem passou a mão nas partes íntimas delas, chegando a introduzir o dedo na vagina. De acordo a advogada das vítimas, além de usar o cargo de massagista, o suspeito ainda se declarava homossexual para "ganhar a confiança" das clientes. A advogada também afirmou que as mulheres nunca autorizaram massagens íntimas e que optaram pelo serviço do tipo modelador.

Massagista é acusado de assédio em massagens modeladoras (Facebook / Reprodução)

Massagista é acusado de assédio em massagens modeladoras (Facebook / Reprodução)

De acordo com o boletim de ocorrência registrado por uma das mulheres, em 2020 ela conheceu o massagista, que possui mais de oito mil seguidores em uma rede social e, como é produtora de conteúdo conhecida na cidade, ele ofereceu uma parceria.

Na ocasião, o homem queria que a vítima fizesse um procedimento de "pumping" (usado para levantar os glúteos) e mesmo recusando num primeiro momento, o suspeito a convenceu. Ainda conforme a vítima, no dia da massagem percebeu que o homem passou a mão em sua genitália e estranhou o ato. Antes de perceber que estava sendo filmado, o suspeito ainda teria passado o dedo no clitóris dela com agressividade.

(Instagram / Reprodução)

(Instagram / Reprodução)

Assim que a jovem advertiu o massagista, ele parou de tocá-la. Mesmo assim, ela o excluiu de suas redes sociais. Além disso, a mulher informou no boletim de ocorrência que, após a sessão de massagem, passou a sentir muitas dores nas partes íntimas e que teve que passar por tratamento psicológico.

Outras vítimas
De acordo com a segunda vítima, ela enfrentou dois momentos de assédio sexual. No primeiro, em 2018, estranhou a quantidade de óleo que o suspeito usou na massagem e o quão próximo de suas partes íntimas ele estava passando a mão.

Segundo a jovem, durante a sessão, o suspeito ainda teria perguntado quando ela perdeu a virgindade, já que, segundo ele, possuía um "corpo desenvolvido demais".

Em 2020, quando trabalhava como produtora de conteúdo para as redes sociais, a vítima contou que aceitou uma parceria com o suspeito e que durante a sessão, ele colocou a mão debaixo de seu biquíni e tocou sua vagina.

No boletim de ocorrência aberto por essa vítima, ela relatou que disse para o suspeito que tinha que sair, mas ele insistiu em finalizar a massagem com ela de bruços. Nesse momento, a mulher afirma que ele introduziu o dedo em sua vagina e, após ser questionado, o massagista afirmou que sabia que ela havia sofrido traumas na infância e que gostaria de "destravá-la sexualmente", o que o deixaria "muito feliz se pudesse curá-la".

Violência sexual 
De acordo com a advogada, ele pode ser acusado de crime de violência sexual perante fraude, que representa qualquer ato de conjunção carnal ou libidinoso com alguém mediante qualquer meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima, previsto no Artigo 215 do Código Penal.

Caso seja condenado, o suspeito pode pegar de dois a seis anos de prisão. Em 2019, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Minas pelo mesmo crime, porém, pegou dois anos de reclusão e foi beneficiado com a substituição de pena de "privativa de liberdade pro restritiva de direitos".

Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou um inquérito para apurar o caso e que "outras informações serão repassadas em momento oportuno'".

"Aceito ser perdoado"
Assim que perceberam que não foram as únicas a serem abusadas sexualmente pelo massagista, as vítimas começaram a procurar outras mulheres que passaram por situações parecidas. Muitas delas contaram que também foram violentadas mas que estão com medo e "vergonha" de contar suas histórias.

Uma dessas vítimas entrou em contato com o suspeito por uma rede social afirmando que ele a abusou sexualmente e que espera que ele se arrependa e que "não merece" a dor dela. Em resposta à vítima, o suspeito disse que aceita ser perdoado por ela, pois "somos espíritos vivendo em corpos humanos, em busca de evolução".

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por