
O novo valor da tarifa de ônibus em Belo Horizonte ainda não foi estipulado, e não tem data para começar a valer. Mesmo assim, a notícia pegou muitos usuários de surpresa e já causa indignação.
A reportagem do Hoje em Dia foi à Estação Vilarinho, na região Norte da capital, na manhã desta quarta-feira (6), e conversou com passageiros, que criticaram a decisão, alegando que o aumento da tarifa não condiz com o serviço prestado.
A manicure Daiane Amaral, de 35 anos, foi pega de surpresa com a decisão do aumento. Por fazer deslocamentos curtos no dia a dia durante o trabalho, ela já pensa em mudar o meio de transporte.
"Mesmo fora do horário de pico, eu sempre vejo ônibus e estações lotadas. Já presenciei até pessoas mandando foto da fila para justificar atraso aos chefes. E agora, com esse aumento que está por vir, a gente fica indignado. Se for confirmado, pretendo usar mais carros de aplicativo, que vão ser mais caros, mas dão um conforto mínimo pro passageiro", desabafa.
Já a diarista Ana Lúcia dos Reis, 40, disse que as contas já estão apertadas e não sabe de onde vai tirar dinheiro para pagar a condução.
"Pago a passagem do meu bolso, e já é um valor alto pra gente quando vemos esses ônibus cheios, sem ar condicionado e que muitas vezes não respeitam horários. As contas do mês nem sempre fecham, e se aumentar a passagem, vou ter que gastar mais ainda para ir trabalhar. Sou obrigada a dar um jeito, mas no momento não sei o que fazer", conta.
Nesta terça-feira (5), a Justiça de BH acolheu pedido do Sindicato das Empresas de Transporte e Passageiros (Setra-BH) e determinou a implantação do reajuste anual das passagens de ônibus. O valor ainda não foi definido, mas segundo o prefeito Fuad Noman (PSD), a ausência de subsídio pode levar a tarifa a R$ 5,75 na cidade.