O reajuste nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras nessa quinta-feira (10) já atinge os trabalhadores. Uma das categorias mais afetadas é a dos caminhoneiros, que usam o diesel.
Ainda sem perspectivas ou soluções, os responsáveis pelo transporte de carga em Minas acreditam que podem ocorrer altas no preço dos fretes. Eles também temem que a prestação do serviço seja prejudicada. A nova prática está valendo já nesta sexta-feira (11).
O presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, José Nathan Neto, diz que o prejuízo já chega ao bolso dos motoristas, e muita gente considera até mesmo parar de rodar por não conseguir absorver os gastos.
O sindicalista acredita que medidas drásticas podem ser tomadas pelos profissionais para conter tantos reajustes. Ainda não há qualquer definição, mas para ele, os preços do serviço tendem a aumentar na mesma proporção do combustível.
"O caminhoneiro vai ter que mexer no frete, economizar ainda mais nas viagens. A gente já superou tudo que podia ser feito, e, com essas condições, acaba sendo melhor realmente deixar de rodar", desabafa.
O Gerente Corporativo de Expansão e Tráfego da Patrus Transportes, Dangelo Menezes, relembra a importância da malha rodoviária no funcionamento de diversos serviços em todo o país. Em meio a mais um desafio, ele tenta projetar novas alternativas.
"Cerca de 70% do transporte de carga passam por rodovias, por meio de caminhões. Quando o diesel sobe, tudo é impactado e reajustado também. A alimentação fica mais cara, o transporte, a saúde, a educação. Tudo fica mais caro. Todos os setores dependem do combustível, seja o diesel, o álcool, a gasolina ou até mesmo o gás", pontua.
Insatisfação geral
Menezes ainda cita que o reajuste deve promover um efeito cascata na sociedade, reduzindo o orçamento das empresas, e consequentemente piorando o serviço prestado aos consumidores. Segundo ele, a insatisfação é geral na categoria.
"Fica insustentável comprar caminhão, manter um motorista e fazer as manutenções necessárias. Por isso, muitas empresas estão com a frota sucateada, com caminhões velhos rodando, sem a devida manutenção. Isso traz prejuízo para todos, pois as estradas também sofrem o impacto, já que um caminhão com pouca manutenção pode gerar inclusive desgaste no asfalto", explica.
O gerente da Patrus ainda reforça o pedido para que a política de combustíveis seja mais consistente, mas sem essa realidade, ele lamenta que os cortes de gastos podem esgotar a saúde financeira de diversas empresas, que já foram muito impactadas pelos efeitos da pandemia da Covid-19.
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