E a água verde?

BH cria grupo de trabalho para retomar navegação na Lagoa da Pampulha

Grupo de trabalho é criado para planejar turismo náutico, apesar do aparente problema com a qualidade da água

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 16/10/2025 às 09:20.Atualizado em 16/10/2025 às 11:57.
Lagoa da Pampulha estava esverdeada nos últimos dias (Reprodução/TV Globo)
Lagoa da Pampulha estava esverdeada nos últimos dias (Reprodução/TV Globo)

Mesmo com a coloração esverdeada na Lagoa da Pampulha nos últimos dias, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) segue com o projeto de retomar a navegação no cartão-postal da cidade. Nesta quinta-feira (16), uma portaria conjunta publicada no Diário Oficial do Município (DOM) criou um grupo de trabalho do projeto "Retomada da Navegação e Uso do Espelho d’Água da Lagoa da Pampulha".

O grupo será responsável por coordenar o projeto e será coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura. Ele contará com representantes de 12 órgãos e entidades municipais para elaborar estudos e propor medidas voltadas ao lazer e ao turismo náutico no local, incluindo áreas como Meio Ambiente, Obras, Esportes, Turismo e Limpeza Urbana.

A medida ocorre dias após a prefeitura anunciar que os passeios de barco serão retomados em dezembro, após mais de 50 anos de interrupção devido à poluição. O projeto piloto prevê passeios gratuitos em catamarãs com capacidade para até $30$ pessoas, como parte das comemorações pelos 128 anos da capital.

Nesta semana, no entanto, moradores voltaram a relatar a coloração esverdeada da água e acúmulo de resíduos na orla, fenômeno que a prefeitura atribuiu ao início do período chuvoso. Segundo o município, as chuvas arrastam sedimentos e matéria orgânica para o interior da lagoa, o que pode alterar temporariamente a cor e a turbidez da água.

Os passeios na lagoa foram suspensos em 1968, quando análises detectaram altos níveis de contaminação. O tema da despoluição e navegabilidade está sob acompanhamento do Ministério Público Federal e do Ministério Público de Contas de Minas Gerais. O governo estadual, por sua vez, anunciou a intenção de restabelecer a navegabilidade plena do local até janeiro de 2026.

O que diz a prefeitura?

Com relação a coloração esverdeada da lagoa, a PBH informou que, com o início do período chuvoso, é comum ocorrerem alterações momentâneas na aparência e na qualidade da água da Lagoa, que se trata de um fenômeno natural, típico de ambientes urbanos, pode ocasionar o aumento da turbidez (água mais turva), presença de espuma e coloração alterada, especialmente nas primeiras precipitações após um período prolongado de estiagem. Veja abaixo nota na íntegra:

"A Prefeitura de Belo Horizonte informa que trabalha continuamente na busca de soluções efetivas para a reabilitação e proteção da Lagoa da Pampulha, importante patrimônio ambiental, paisagístico e cultural da cidade.

Com o início do período chuvoso, é comum ocorrerem alterações momentâneas na aparência e na qualidade da água da Lagoa. As chuvas provocam a lavagem das vias e do solo urbano, arrastando resíduos, matéria orgânica, sedimentos e poluentes difusos das áreas da bacia hidrográfica para dentro dos córregos que deságuam no reservatório. Esse fenômeno natural, típico de ambientes urbanos, pode ocasionar o aumento da turbidez (água mais turva), presença de espuma e coloração alterada, especialmente nas primeiras precipitações após um período prolongado de estiagem.

Entre as ações permanentes desenvolvidas pela Prefeitura estão os serviços de tratamento das águas do reservatório e a manutenção contínua da orla com a retirada diária do lixo flutuante. O volume médio de lixo recolhido é de cerca de 5 toneladas por dia no período de estiagem e pode chegar a 10 toneladas diárias durante o período chuvoso. A PBH também atua junto à COPASA, para assegurar o cumprimento do acordo judicial firmado no âmbito da Justiça Federal, que obriga a concessionária a garantir que 100% dos esgotos da Bacia da Pampulha sejam coletados e tratados, evitando lançamentos in natura nos córregos que alimentam a Lagoa.

Mesmo com os indicadores de qualidade da água dentro dos parâmetros compatíveis com a Classe 3 – que permite o uso para fins paisagísticos e recreação de contato indireto –, a Lagoa da Pampulha permanece sujeita a variações sazonais. Isso ocorre porque, como um lago urbano, ela é continuamente impactada por fatores externos, como a poluição difusa trazida pelas chuvas, possíveis vazamentos no sistema de esgotamento sanitário e lançamentos irregulares de efluentes. Essas condições podem provocar alterações pontuais e temporárias na qualidade da água, especialmente nas primeiras chuvas do período, mas não comprometem o trabalho contínuo de recuperação e manutenção do espelho d’água."

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