Transtorno

Brasileiras relatam drama para deixar Barcelona e voltar para casa após cancelamento de voo

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
01/08/2022 às 12:40.
Atualizado em 01/08/2022 às 15:06
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

Depois de tentativas frustradas de embarcar de Barcelona, na Espanha, para o Brasil e mais de 10 horas de espera nesse domingo (1º), três brasileiras tiveram a passagem remarcada pela TAP Air Portugal para quarta-feira (3). Moradoras de Belo Horizonte, elas relatam que, devido ao cancelamento, estão agora sem cobertura de seguro médico, sem medicamentos e ainda vão perder dias de trabalho. 

A jornalista mineira, Simone Santos, de 63 anos, conta que seu voo estava previsto para decolar do Aeroporto Josep Tarradellas, em Barcelona, às 6h deste domingo com destino a Lisboa, em Portugal, para uma conexão. Ela relata que o processo inicial para o embarque ocorreu normalmente e sem atrasos, no entanto, ao chegar no corredor de acesso à aeronave os passageiros foram surpreendidos com o portal fechado. 

"A porta que daria acesso ao avião estava fechada e nós ficamos cerca de 30 a 40 minutos ali esperando em um corredor muito quente. Até que funcionários da TAP pediram para que a gente retornasse para a sala de embarque e aguardasse, mas sem dizer qual o problema", conta.

Simone relata que após 1h30 de espera, os passageiros foram novamente chamados para o embarque. No entanto, ela relata que o avião era pequeno e que dava indícios de falhas mecânicas, como ar condicionado desligado. 

"Ficamos mais 40 minutos até que uma aeromoça disse que o avião estava sem bateria. Parece brincadeira, mas ela disse 'assim como acontece com os carros, os aviões também precisam de bateria. O carregamento será rápido e vamos partir em instantes '', detalha.

Passageiros esperam horas na fila para remarcar passagens após tentativas frustradas para embarque. (Arquivo pessoal)

Passageiros esperam horas na fila para remarcar passagens após tentativas frustradas para embarque. (Arquivo pessoal)

Apesar da justificativa da funcionária, a jornalista mineira conta que instantes depois os passageiros foram novamente conduzidos a área de embarque e levados até o guichê da companhia para realizarem a remarcação da viagem. Procedimento que durou até, pelo menos, às 15h de domingo para cadastrar, em média, 100 passageiros. Segundo ela, além do trio, outros quatro brasileiros também passaram pela mesma situação. 

Após a longa espera, Simone, a filha e a prima dela tiveram as passagens reagendadas para esta quarta-feira (3). A jornalista, moradora do bairro Floresta, na região Leste de BH, afirma que a empresa forneceu transporte até um hotel, estadia e duas refeições diárias. 

Falta de remédios

Porém o drama da belo-horizontina ainda continua, já que Simone faz uso de quatro medicamentos diários para tratamentos de comorbidades. Ela conta que os remédios já acabaram e que para comprá-los na cidade espanhola ela teria que passar por uma consulta médica, requisito dificultado pelo vencimento do seguro saúde pago para cobertura durante o tempo de viagem previsto.

"Fui à farmácia comprar e não tem como. Para provar eu teria que fazer exames e consultas, mas também estou sem seguro médico. Vou ficar aqui sem a minha medicação hoje e amanhã. A TAP não falou nada sobre seguro viagem", lamenta. 

Volta ao trabalho adiado

A prima de Simone, a auxiliar administrativa Rejane Nunes, 57 anos, moradora do bairro Prado, em BH, também teve sua viagem remarcada. Ela reclama que o adiamento vai causar atrasos em sua volta ao trabalho, o que pode prejudicar funcionários da clínica em que trabalha. Isso porque, ela é responsável pelos agendamentos bancários da empresa.

"Eu teria que estar trabalhando nesta terça-feira. Tenho convênios e pagamentos para efetuar, e isso vai causar atrasos em pagamentos e recebimentos. A gente não teve muita assistência da TAP, ficamos com fome, sono e em pé durante horas", desabafa. 

Caos aéreo

O setor aéreo europeu vive um cenário de caos desde a chegada do verão no hemisfério Norte, no final de junho, em diversos aeroportos do continente. Há registros de cancelamentos, atrasos de voos, bagagens extraviadas, além de greves de profissionais do setor aéreo. 

Em Portugal, desde o início de julho grande parte dos voos cancelados são da TAP. A empresa trabalha com um quadro de funcionários reduzido e passa por uma reestruturação. À imprensa local pilotos disseram que, embora tenham decidido não entrar em greve, o número de profissionais está aquém da demanda.

A reportagem do Hoje em Dia tentou entrar em contato com a TAP Air Portugal, mas não obteve retorno. 

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