
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) deve ouvir nesta sexta-feira (16) o promotor André Luiz Garcia de Pinho, durante mais uma audiência da fase de instrução do processo que julga a morte de sua esposa, Lorenza Maria de Pinho, de 41. A mulher foi encontrada morta em abril de 2021, dentro do apartamento em que o casal vivia, no bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte
A audiência foi retomada nesta quinta-feira (15) após ser suspensa por quatro meses para a apresentação de novas evidências pela perícia. Foram ouvidas cinco testemunhas das onze arroladas pela acusação e defesa que ainda não haviam sido ouvidas antes da interrupção do julgamento.
De acordo com o TJMG, os depoentes de ontem foram a promotora de justiça Gislane Teste Colet, a psicanalista Maria Angélica Falci, o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, o Assistente Técnico de Defesa Malthus Fonseca Galvão e a manicure Cintia Dias de Souza.
O pai e a irmã gêmea da vítima acompanham a audiência juntamente com os filhos de Lorenza e André.
Outras seis testemunhas devem ser ouvidas nesta sexta. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, a fase de instrução só acaba com o interrogatório do promotor. Após essa fase, o relator do processo terá 30 dias para a elaboração de um relatório final e o voto para, em seguida, colocar para apreciação dos desembargadores.
Denúncia
Em agosto do ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o promotor pelo assassinato de Lorenza Maria Silva de Pinho. André foi preso dois dias após o crime e segue em prisão preventiva desde então.
Na denúncia, o MPMG acusa André por crime de feminicídio com três agravantes: motivo torpe, meio cruel e meio que dificultou a defesa da vítima. Dois médicos que assinaram o atestado de óbito de Lorenza também foram indiciados por terem fraudado o documento, mas eles respondem ao crime em outro processo.
Conforme denúncia do Ministério Público, André matou Lorenza porque ela "havia se tornado um peso para ele" em razão de problemas com álcool e remédios e de uma depressão profunda.
A defesa chegou a pedir que o réu fosse julgado pelo Tribunal do Júri. Como é promotor, André de Pinho tem foro privilegiado e é julgado por desembargadores. O colegiado é formado por 13 integrantes mais antigos da Corte e por outros 12 desembargadores eleitos.
Relembre o caso
Lorenza morreu no dia 2 de abril, no apartamento onde morava, no bairro Buritis, região Oeste de BH, inicialmente por engasgar. O corpo chegou a ser levado para uma funerária, mas um delegado determinou que fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal. O promotor sempre negou ter cometido o crime, mas foi preso dois dias após a morte da mulher.
A prisão de André foi confirmada pela Justiça no dia 3 de maio, pouco antes de vencer o prazo da prisão temporária. A decisão atendeu pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No dia 12 de maio o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, por unanimidade, pela manutenção da prisão preventiva do promotor.
Lorenza deixou cinco filhos, de 2, 7, 10, 15 e 16 anos. Em audiência na Vara da Infância e Juventude, a Justiça decidiu, provisoriamente, que a guarda ficaria com amigos próximos ao casal.