Perspectiva Racial

Colunista do Hoje em Dia é finalista do Prêmio de Excelência Jornalística

Da redação
17/05/2022 às 19:45.
Atualizado em 17/05/2022 às 19:53
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

A edição de 2022 do Prêmio Excelência Jornalística, da Associação Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), que anualmente reconhece os destaques entre profissionais de mídia das Américas do Norte e Latina, Caribe e Espanha, tem entre seus finalistas a colunista do Hoje em Dia, Andreia Pereira. A jornalista concorre ao prêmio na categoria Opinião, com sua coluna Perspectiva Racial.

Doutora em Literatura (UnB), servidora pública federal, jornalista, professora, pesquisadora e palestrante, Andreia é colunista do Hoje em Dia desde agosto de 2021, mas seus estudos sobre o racismo estrutural começaram há cerca de sete anos. Desde sua coluna de estreia, a escritora retrata assuntos relacionados à discriminação racial e à negritude. Para a colunista, colocar o tema em debate é essencial para o combate ao racismo estrutural.

"Eu venho estudando sobre as questões étnico-raciais há cerca de sete anos e queria colocar um pouco desse estudo para fora. O objetivo é mostrar para a sociedade que o assunto é necessário, fazer com que a população entenda os temas da negritude para que possa lutar contra o racismo estrutural. A coluna é para pessoas que têm humanidade e que querem aprender sobre o assunto", explica Pereira. 

Andreia Pereira é palestrante sobre temas relacionados a negritude. (Arquivo Pessoal)

Andreia Pereira é palestrante sobre temas relacionados a negritude. (Arquivo Pessoal)

A pesquisadora acredita que a escravidão, que perdurou por mais de três séculos no Brasil, traz consequências para a saúde, ações, reações e relações da população negra na atualidade. "A vida de uma pessoa negra sempre é atravessada pelo racismo. Hoje eu sei de coisas que antes nem imaginava que era discriminação racial. Não é impossível apagar as marcas do racismo estrutural se a sociedade continuar naturalizando o tema. Os avanços ainda não são suficientes para combater o racismo. As pessoas classificadas socialmente como brancas precisam ocupar o papel delas nessa luta", afirma.

Para Andreia Pereira, o primeiro passo para combater o racismo estrutural é se abrir à desconstrução e ao conhecimento e compreender o processo de formação e suas consequências. "Do contrário, torna-se impossível desconstruir a história e reescrever outra. Por isso, como mulher negra, idealizei a coluna Perspectiva Racial como espaço de conhecimento, diálogo, luta e resistência", pontua.

A jornalista comemora a indicação ao prêmio e acredita que estar entre os finalistas é mais uma confirmação da importância de colocar em debate o tema negritude.

"Eu gostaria muito de ganhar, mas só o fato de ser uma das finalistas é extremamente importante e valioso para mim, enquanto jornalista e mulher negra, como para nossa luta contra o racismo. Se a coluna é finalista é porque, de fato, o racismo é um tema que precisa ser falado. Já é um prêmio apenas a indicação. O anúncio foi feito em 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura. Isso é muito simbólico. É o início da minha história lutando por uma abolição cotidiana do racismo", comenta Andreia.

Prêmio Excelência Jornalística vai nomear ganhadores em 14 categorias. (Arquivo pessoal)

Prêmio Excelência Jornalística vai nomear ganhadores em 14 categorias. (Arquivo pessoal)

O Prêmio Excelência Jornalística seleciona os melhores jornalistas em 14 categorias diferentes. O júri é formado por membros da Comissão de Premiação da SIP, que escolherá o vencedor de cada uma das categorias. Os ganhadores devem ser anunciados em agosto. A cerimônia de premiação será realizada em outubro de 2022, durante a 78ª Assembleia Geral da SIP, em Madrid, na Espanha.

O primeiro prêmio em cada uma das categorias é de US$ 2 mil – cerca de R$ 11,4 mil.

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