Na Zona da Mata

Com uma cachaçaria para cada 323 moradores, Lamim lidera ranking nacional

Município da Zona da Mata aposta na tradição, regularização e apoio técnico para expandir produção e atrair turistas

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 28/07/2025 às 15:55.Atualizado em 28/07/2025 às 16:09.
Produtores de Lamim, na Zona da Mata mineira, apostam na regularização e no apoio técnico para fortalecer a produção de cachaça e levar o nome do município a todo o país (Maria Teresa Leal/Seapa)
Produtores de Lamim, na Zona da Mata mineira, apostam na regularização e no apoio técnico para fortalecer a produção de cachaça e levar o nome do município a todo o país (Maria Teresa Leal/Seapa)

Com apenas 3 mil habitantes, Lamim, na Zona da Mata, alcançou um feito inédito: tornou-se a cidade com a maior densidade de cachaçarias legalizadas do país. São dez estabelecimentos, segundo o Anuário da Cachaça 2025, do Ministério da Agricultura - o equivalente a uma cachaçaria para cada 323 moradores, índice que não é superado por nenhum outro município brasileiro.

Na cidade, a produção é uma tradição familiar. O município também é favorecido pelas condições climáticas para o cultivo da cana-de-açúcar.

Segundo o Governo de Minas, a legalização dos alambiques tem sido impulsionada pela assistência da Emater e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A medida resulta em melhoria na qualidade do produto.

“Os alambiqueiros de Lamim entenderam a importância do registro, uma vez que ele agrega valor ao produto, melhora sua qualidade e pode resultar em melhores preços de venda”, explica Flávio Santos, fiscal agropecuário e químico do IMA. Após a regularização, o produto passou a ser produzido com mais segurança.

É o caso dos irmãos Nivaldo e Lúcio Rezende, do distrito da Piranguinha, que fabricam a cachaça Laminense desde 2000. Legalizados há três anos, após incentivo do IMA, eles dizem que o maior ganho foi a tranquilidade de trabalhar dentro da lei. “A consciência tranquila é a melhor recompensa. Saber que podemos produzir, participar de concursos e divulgar o produto do qual tanto nos orgulhamos, não tem preço”, afirmou Nivaldo.

Na mesma linha, Silbert Mourthé, da Destilaria Arruda, decidiu começar o negócio já dentro das normas. “Tive muitas trocas de ideias com os técnicos e recebi auxílio para montar o alambique”, disse. O foco agora é estruturar o setor de vendas e iniciar o mercado em bares de BH e depois no Nordeste do Brasil.

A prefeitura de Lamim, por sua vez, já discute com os produtores formas de ampliar a visibilidade da bebida e fomentar o turismo. “Estamos felizes com essa boa projeção e queremos valorizar ainda mais nossos produtores”, afirmou o secretário municipal Juninho Pedrosa.

*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca

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