Com UPAs sobrecarregadas, pacientes fazem via sacra e esperam até 3 horas por atendimento em BH

Lucas Sanches
@sanches_07
28/12/2021 às 13:23.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:38
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

A busca por socorro em uma das nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte está cada vez mais difícil. Nos últimos dias - principalmente devido ao aumento da demanda provocado pelos casos de gripe - a espera por atendimento disparou. Algumas pessoas precisam aguardar por até três horas na fila. Os usuários também reclamam da falta de médicos, já admitida pela própria PBH.

Nesta terça-feira (28), a camareira Edivania Almeida, de 28 anos, chegou às 8h no Hospital Odilon Behrens, na região Noroeste. De lá, foi para uma UPA. Cerca de três horas depois, ela ainda não tinha conseguido atendimento para o mal-estar e dores no corpo. "O problema é rodar a manhã toda sem ter atendimento, e ainda ficar com o dia de trabalho todo perdido".Valéria Marques/Hoje em Dia / N/A

A sobrecarga, no entanto, prejudica todos os tipos de atendimentos. A doméstica Fabrícia Lopes, de 33 anos, também enfrentou filas nesta terça. Ela chegou às 7h20 na UPA Leste, acompanhada do filho de 7 anos. Após uma queda, a criança estava com rosto e pescoço inchados, além de um dente quebrado.

"Chegamos aqui e simplesmente ficamos na fila, sem ninguém falar mais nada. Conseguimos atendimento depois das 10h, mas o médico pediu um raio-x e nós continuamos esperando", desabafa.

A reclamação das pacientes se espalha pela cidade. Segundo o conselheiro municipal de saúde de BH, Ricardo Nunes, todas as UPAs sofrem com problemas de atendimento. "A reclamação tem sido intensa. A percepção das pessoas é que não há médicos, e que o serviço não vem sendo entregue com qualidade".Valéria Marques/Hoje em Dia / N/A

Fabrícia levou o filho de 7 anos à UPA, após ele sofrer uma queda; esperou três por atendimento

De acordo com a PBH, as unidades estão apresentando aumento na procura por atendimento, "especialmente de pacientes com sintomas respiratórios e casos crônicos agudizados". 

O órgão ainda explicou que "a grande questão é que cerca de 70% dos atendimentos em UPAs poderiam ser realizados em um dos 152 centros de saúde, pois são casos leves. Pessoas com síndrome respiratória leve, como uma coriza ou tosse, podem procurar um centro de saúde, que é uma unidade altamente capacitada para lidar com esse tipo de caso".

Nesta quarta-feira (29), está marcada uma reunião entre o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sindmed-MG) e a Gerência de Urgência e Emergência da prefeitura de Belo Horizonte.

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