Vendas online

Criminosos são indiciados por aplicar golpes em 15 mil pessoas usando mais de 20 sites falsos

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
07/03/2022 às 17:17.
Atualizado em 07/03/2022 às 17:23
Pesquisa da Serasa Experian mostra que 57% dos brasileiros já tiveram suas contas invadidas sem consentimento ou conhecem alguém que já foi vítima deste tipo de golpe (Marcello Casal jr / Agência Brasil)

Pesquisa da Serasa Experian mostra que 57% dos brasileiros já tiveram suas contas invadidas sem consentimento ou conhecem alguém que já foi vítima deste tipo de golpe (Marcello Casal jr / Agência Brasil)

Sete pessoas, incluindo adolescentes, foram indiciadas por participação em organização criminosa e pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo as investigações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os denunciados movimentaram mais de R$ 4 milhões. O órgão estima que 15 mil vítimas tenham sido lesadas em 22 sites diferentes.

De acordo com o MPMG, os denunciados criavam sites para venda de produtos de baixo valor, mas nem todos os compradores recebiam as encomendas. Como explica a Promotoria de Justiça de Poços de Caldas, os criminosos informavam aos clientes que trabalhavam com "dropshopping", um tipo de venda em que o comerciante online não possuiu estoque, mas encaminha o pedido a um revendedor, normalmente da China. Por esse motivo, o prazo de entrega podia chegar a três meses.

Depois de receber os valores, o grupo entregava parte dos produtos encomendados e geravam recibos que eram copiados e usados para esconder o restante das entregas que não eram feitas.

Quando recebiam reclamações dos clientes pela não entrega da encomenda, os criminosos desativavam o site de vendas e criavam outro, repetindo a ação por diversas vezes.

Segundo o MPMG, com o aumento do volume de vendas, o grupo passou a usar laranjas, aliciando usuários de drogas, moradores de rua e familiares, que davam seus dados pessoais para abertura de contas, em troca de pagamentos que variavam de R$ 300 a R$ 3 mil.

As investigações apontam que, em menos de um ano, os denunciados movimentaram mais de R$ 4 milhões, apesar de não terem fonte de renda e se declararem isentos perante a Receita Federal. Para dissimular a origem do dinheiro, eles criaram empresas e investiram na compra de carros de luxo.

Os denunciados impulsionavam ainda as vendas nas redes sociais, atingindo consumidores de todo o país. O Ministério Público de MG solicitou a aplicação de multa diária às empresas até que informem os valores recebidos para impulsionamento dos sites falsos. Apenas no Facebook, segundo o relatório, foram investidos R$ 106 mil.

Os criminosos podem pegar penas de reclusão de três a 10 anos, além de multa e aumento da pena pela participação de adolescentes, se for confirmado o crime de organização criminosa.

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