Duas pessoas que seriam integrantes de uma quadrilha especializada em soltar irregularmente bandidos de presídios mineiros foram presas, nesta terça-feira (11), durante a Operação Resgate. Um terceiro suspeito que teve a prisão expedida pela Justiça ainda não foi localizado e já é considerado foragido.
O grupo criminoso, conforme investigações do Ministério Público, foi responsável por, pelo menos, oito solturas indevidas, sendo que todos os 'beneficiados' são traficantes e homicidas com grande poder econômico. Cada soltura irregular custava entre R$ 300 mil e R$ 850 mil, que eram pagos em dinheiro, carros e imóveis.
As investigações revelaram, ainda, que o esquema criminoso contava com a participação de advogados, policiais civis e agentes penitenciários, além de cidadãos comuns. Os celulares dos dois presos nesta terça foram apreendidos e vão passar por perícia.
Resgate
Essa é a segunda fase da operação, que começou a ser investigada no início deste ano depois da notícia de que Luís Henrique do Nascimento, o Totó, havia sido liberado da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pela porta da frente. Ele é suspeito de cometer mais de 20 assassinatos e foi condenado a 53 anos de prisão.
"Com a realização das diligências investigatórias, constatou-se que a soltura investigada pelo Ministério Público era apenas uma de muitas, executada por verdadeira empresa criminosa, que atuava falsificando informações dos sistemas eletrônicos das forças de segurança pública, visando a soltura de presos, mediante pagamento de propina", informou o MPMG.
Além do órgão, participaram na ação desta terça a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, da Polícia Militar de Minas Gerais e da Secretaria de Administração Prisional. Os investigados foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistemas, falsidade de documentos públicos e lavagem de dinheiro. A denúncia, ofertada contra 16 réus, descreve mais de trinta crimes.
Operação
Totó é apontado como o líder de uma das quadrilhas mais perigosas do Estado. Ele foi o principal alvo de uma megaoperação realizada em junho na região Noroeste de BH e também em Esmeraldas, na Grande BH. A organização criminosa comandada por ele é tão violenta que fazia, inclusive, uso de fuzis. Além de assassinatos, Totó também é investigado por chefiar roubos de carros e gerenciar o tráfico de drogas nas regiões Nordeste e Noroeste da capital. Na operação, 12 pessoas foram presas.