RIO DOCE

Dupla acusada de assassinatos aos moldes da máfia italiana é condenada a 27 anos de prisão

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
16/12/2022 às 21:35.
Atualizado em 16/12/2022 às 21:36
 (TJMG/Divulgação)

(TJMG/Divulgação)

Foram condenados, nesta sexta-feira (16), dois réus acusados de matar dois homens por causa de uma disputa de terra em 2018, no município de Goiabeira, na região do Rio Doce. Ambos foram condenados a 27 anos e 2 meses de prisão em regime fechado, por homicídio qualificado, e não poderão responder em liberdade.

A dupla, segundo a denúncia, era integrante da quadrilha “La Famiglia”, investigada por atuar por mais de 20 anos no interior de Minas. De acordo com a denúncia, os dois homens foram contratados para matar um proprietário de terra. O mandante do crime estaria insatisfeito porque adquiriu terrenos de uma família. 

No entanto, um dos irmãos se negou a vender a sua parte. Isso fez com que um processo de desmembramento precisasse ser feito e atrasou os planos do mandante do crime, que queria hipotecar a propriedade. 

O homem resolveu assassinar a vítima para pressionar os herdeiros e, para isso, contratou os homens. A dupla teria ido até uma fazenda e fingido ser compradora de gado. Ambos foram bem recebidos pela vítima, com um café. Porém, logo depois, os suspeitos renderam o proprietário da terra e um ajudante dele e os mataram a tiros. 

“La Famiglia”

Em 2018, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou a operação “La Famiglia” e cumpriu 42 mandados de prisão e apreensão de pessoas. “Família” ou “Irmandade” é o nome pelo qual a organização criminosa é conhecida entre seus membros. 

Conforme apurado, o grupo criminoso tem comportamento, estrutura e atuação similares à da máfia, que, na região italiana da Sicília, tinha sua unidade básica denominada de “La Famiglia”. 

Na Sicília, em sua origem, a máfia se referia à união dos homens de confiança que estavam a serviço da nobreza e cuidavam da vigilância da terra e da exploração agrária.

O mafioso apresentava-se como um vingador que, para alcançar seus objetivos, estava disposto a recorrer à imposição da força, até com a prática de homicídios, para castigar os que se opunham aos interesses da máfia. 

“A organização criminosa, assim como a máfia, quando sofre lesão a bem jurídico tutelado pelo Estado costuma não procurar a justiça, nem se submete ao monopólio estatal para resolução dos conflitos, pois considera a imposição do assassinato como sua própria forma de justiça”, explicou o MPMG à época. 

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