Recurso aceito

Em nova decisão, Justiça libera montarias em touros no rodeio de Pedro Leopoldo

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
09/06/2022 às 19:33.
Atualizado em 09/06/2022 às 19:51
Empresários afirmam que animais são bem tratados; entidades defensoras alegam que há maus tratos (TJMG / Divulgação)

Empresários afirmam que animais são bem tratados; entidades defensoras alegam que há maus tratos (TJMG / Divulgação)

A montaria de touros e cavalos está liberada em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, neste fim de semana.

A organização do rodeio que ocorre nesta sexta-feira (10) e no sábado (11), conseguiu no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) autorização para a participação dos animais na festa. Decisão anterior, concedida na segunda-feira (6), barrava a realização do rodeio com os bichos. 

A nova deliberação, assinada pelo desembargador Oliveira Firmo, prevê que o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) seja comunicado. “Ressalto que a questão de fundo — legalidade de práticas esportivas que submetam animais à dor — se revela polêmica, tanto no campo sociopolítico, da moral ou da ética, quanto na própria seara judicial”, afirmou. 

O desembargador reforçou que a liberação das montarias não “exime que sejam observadas normas aplicáveis, que exigem que as cintas, as cilhas e as barrigueiras sejam confeccionadas em lã natural com dimensões adequadas para garantir o conforto dos animais”. É vedado, por exemplo, o uso de esporas com rosetas pontiagudas.

Conforme a organização do evento, foram mobilizadas 15 carretas de areia na pista. Está prevista a apresentação de 20 cowboys de todo o Brasil, e um total de 60 touros e mais de 30 cavalos. “Para garantir os bons tratos aos animais, o rodeio conta com uma equipe de cuidadores”, justifica. 

Maus-tratos

O pedido para proibição de uso dos animais foi apresentado pela Associação Civil Princípio Animal, que ajuizou uma ação alegando que durante a festa está prevista a prática de rodeio, o que pode provocar maus-tratos aos animais. Segundo os documentos apresentados pela associação, durante as provas, os touros podem ser expostos a sofrimentos pelo uso do sedém — corda amarrada à virilha dos animais.

Na decisão anterior, o juiz Leonardo Guimarães Moreira havia entendido que a prática do rodeio e da prova de tambor é nociva aos animais. 

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