De acordo com os manifestantes, mais de mil projetos foram cancelados e/ou bloqueados; eles temem demissões em massa nos próximos meses no setor (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Empresários e trabalhadores do setor de energia solar realizaram protesto na tarde desta quinta-feira (28) em frente à sede da Cemig em Belo Horizonte, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul. Eles acusam a companhia de barrar projetos do setor no Estado.
"Hoje na manifestação foi um dia onde alinhamos perseverança com a união do setor centenas de pessoas, da geração de empregos renda e energia barata para consumidor, ver todos juntos trouxe a visão de que o esse setor tem muito crescer se a política não atrapalhar, a Cemig vem comentando um abuso atrás do outro. Isso tem que acabar", ressaltou Wedson Silva, líder da Frente Mineira em Prol da GD e vice-presidente do Movimento Solar Livre.
"A Cemig está impossibilitando os consumidores de gerar sua própria energia, mais barata. Quem hoje trabalha com energia solar não está conseguindo aprovar seus projetos", complementou.
Durante o protesto, que terminou em frente à Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), os empresários reclamam do que estão chamando de "concorrência desleal da Cemig SIM" (subsidiária da Cemig voltada para energia renovável) que estaria se beneficiando da estrutura da companhia "para obter benefícios".
Segundo eles, mais de mil projetos foram cancelados e/ou bloqueados, o que pode causar demissões em massa - calculam aproximadamente, 10 mil - nos próximos meses no setor.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em todo Estado cerca de 600 empresas já fecharam por não conseguirem aprovação para instalar as placas de energia solar - todas dependem da aprovação da Cemig para instalarem fontes de energia limpa na casa dos clientes.
O que diz a companhia
Procurada pelo Hoje em Dia, a Cemig informou que, desde 2019, realizou 236 mil conexões de Geração Solar Distribuída, recorde absoluto no país (3 GW). Somados os projetos já aprovados, haverá a conexão de potência recorde de geração solar distribuída de 6,5 GW, o que equivale a uma vez e meia a demanda dos clientes residenciais da empresa. Assim, fica demonstrada a robustez do sistema elétrico da companhia, bem como que os projetos foram e são aprovados com celeridade e correção.
O avanço da geração distribuída implica desafios técnicos relacionados à rede existente. Os desafios de conexão são avaliados e acompanhados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que tem a responsabilidade de regular o setor. Em razão desses desafios, menos de 5% dos pedidos de novas conexões apresentam a necessidade de adaptações técnicas nos projetos. Isso porque os empreendimentos solicitam a injeção de energia em áreas hoje com grande excedente de geração.
A Cemig destacou que continuará atuando de acordo com a regulação existente, de forma técnica e responsável, garantindo a segurança e qualidade do fornecimento de energia para a totalidade dos clientes. A empresa também seguirá trabalhando pela expansão das energias renováveis em Minas.
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