Polêmica na Web

Entenda a importância do uso da camisinha, que, segundo o tiktoker Gabriel Breier, 'é antibiológico'

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
24/05/2022 às 18:51.
Atualizado em 24/05/2022 às 19:42
 (Reprodução / Redes Sociais @breier_lehmann)

(Reprodução / Redes Sociais @breier_lehmann)

O influenciador digital e tiktoker Gabriel Breier gerou polêmica nas redes sociais ao declarar que acha absurdo uma mulher pedir ao namorado para usar camisinha durante o sexo. A fala do jovem repercutiu de forma negativa na internet e levou a hashtag "USEM CAMISINHA" aos assuntos mais comentados do Twitter nessa segunda-feira (23).

Durante entrevista ao podcast 'RedCast', Breier expressou a opinião sem embasamento científico. "Tem maluco que namora e a mina pede pra usar camisinha durante a relação. Eu acho que é incomum. Transar com camisinha é algo antibiológico, porque não é tu que ta tocando a menina, é o plástico", opinou.

Ainda na mesma entrevista, em outra fala polêmica, o tiktoker declara que é falta de respeito a mulher não ingerir o sêmen após a relação sexual. "Outra coisa é a mina não tomar teu leite. É falta de respeito mano".

Contraponto
De acordo com a ginecologista, obstetra e homeopata Gisele Rocha Correa, o uso do preservativo é uma conquista para a sexualidade. "A camisinha é indispensável para prevenir doenças e infecções sexualmente transmissíveis, como o vírus HIV e a gonorreia. O  HPV (Papilomavírus Humano), por exemplo, pode ficar incubado por muito tempo no organismo, não desenvolver nenhum sintoma na pessoa, mas ainda pode infectar outros indivíduos pelo contato sexual", alerta a especialista.

Outra função da camisinha é a prevenção da gravidez indesejada. Para a ginecologista, abrir mão do preservativo é necessário apenas quando o casal pretende ter filho. "Mesmo que a mulher faça uso associado de outro método contraceptivo, como anticoncepcional ou DIU, a camisinha é o principal dispositivo contra a concepção. Por isso não vejo nenhuma razão para descartar o preservativo durante o sexo", explica Gisele Correa.

Políticas de saúde pública
Em Belo Horizonte, os preservativos masculinos são distribuídos em todos os 152 centros de saúde e em outros pontos da Rede SUS, como no Centro de Testagem e Aconselhamento UAI e Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infecciosas Orestes Diniz.

Além disso, para a promoção da saúde e prevenção ao HIV, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, desenvolve ações de sensibilização quanto ao sexo seguro e prevenção combinada.

Na rede pública também são ofertados autotestes de HIV, que podem ser realizados de forma discreta pelo interessado.

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