Usar a arte como forma de protesto. Esse é tom de um evento que acontece neste domingo (31) no Catavento Cultural, no bairro Ipiranga, região Nordeste de BH. Com shows de diversos artistas, como Toninho Horta (Clube da Esquina) e Zé Mauro (Chama o Síndico), o evento tem como objetivo protestar contra a mineração na Serra do Curral. 

Segundo o produtor cultural Pedro Martins, um dos integrantes do Movimento Salve a Serra do Curral, a importância de um evento como este é continuar mostrando a gravidade deste assunto e os riscos que a mineração representa para a Serra do Curral. "Quando reunimos um grupo de artistas com visibilidade nacional, e até internacional, jogamos luz sobre a questão”. 

“Cuidar da Serra do Curral é cuidar também evitar que tragédias acometam as pessoas e a natureza. Já passamos por duas grandes tragédias recentes, em Brumadinho e Mariana, e não queremos este fantasma nos rondando novamente", diz.

Renegado

Nascido no Alto Vera Cruz, região Leste de Belo Horizonte, o músico Flávio Renegado também vai se apresentar no ato. “É fundamental preservarmos um dos principais cartões postais da cidade. É uma forma de preservar também a história do nosso povo e de quem ajudou a construir a cidade”, diz o artista. 

Para ele, é fundamental que artistas se posicionem em momentos como estes. “Há quem faça entretenimento e há quem faça arte e cultura. É preciso fazer pensar e refletir sobre as questões que nos afetam”.
 
Nova turnê

Além do protesto, o show de Renegado também faz parte do lançamento de sua nova turnê em comemoração aos 10 anos do disco "Minha tribo é o mundo". A apresentação vai relembrar clássicos de sucesso, além de apresentar novidades para o público. O músico, parceiro e último a dividir o palco com Elza Soares, fará ainda um tributo à artista que deixou órfã a música brasileira no começo deste ano.

“O encontro com ela foi algo inesperado, mágico e transformador. Ela me chamou a atenção para alguns privilégios. Apesar de ser negro, e sofrer racismo, sou hétero e não sofro o que a população LGBT sofre, por exemplo. Me tornei muito mais sensível e preocupado com essa causa. Elza me transformou como artista e pessoa”, diz.

O primeiro show da turnê aconteceu nesse sábado (30) em São João del-Rei. “Foi um show excelente, muito energético e que mexeu com todos que estavam lá. Este é um disco muito importante para mim e para a minha história”, diz.

Para ele, a turnê tem um elemento especial também por ser a segunda depois da pandemia. “É muito ruim ficar afastado do público, sem poder cantar e olhar diretamente para as pessoas. Agora, esses shows têm um gosto de reencontro.”

Leia mais:
Sede da Belotur recebe exposição inspirada no Copo Lagoinha, ícone de BH
Morre aos 96 anos atriz Maria Fernanda, filha de Cecília Meireles
Corpo de homem é encontrado após cinco dias de buscas na lagoa Várzea das Flores
 

Compartilhar