Entrega atrasada

Falta de gestor deixa fechado memorial em homenagem às vítimas da barragem da Vale

Construção foi idealizada em 2019, poucos meses após o desastre

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
25/01/2024 às 07:30.
Atualizado em 25/01/2024 às 08:39

O memorial em homenagem às vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, não tem previsão para ser inaugurado. Uma discussão em torno da gestão do espaço impede a abertura para visitação do público. Nesta quinta-feira (25), a tragédia que matou 272 pessoas - incluindo os bebês de duas mulheres que estavam grávidas - completa cinco anos.

A construção, idealizada em 2019, poucos meses após o desastre, já foi finalizada. De acordo com a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (Avabrum), a construção chegou à fase final em 2022.

Ainda segundo a Avabrum, em agosto de 2023 foi feito um acordo com a mineradora para a criação de uma fundação, que será responsável em administrar o monumento, que ficará na região do Córrego do Feijão. Cerca de 120 pessoas trabalharam no canteiro de obras e outras 50 nas áreas de engenharia, planejamento e contratações. Os termos já foram assinados, mas o “grupo gestor” ainda está sendo criado.

A associação informou que segue empenhada para que, em breve, o espaço entre em funcionamento. A reportagem procurou a Vale, que respondeu com a seguinte nota:

Em agosto de 2023, a Vale, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) e o Ministério Público de Minas Gerais assinaram um Termo de Compromisso com regras e procedimentos para a gestão e conservação do Memorial em homenagem às vítimas do rompimento. Foi criada a Fundação Memorial de Brumadinho, fundação privada sem fins lucrativos, responsável pela gestão do Memorial, e que realiza de forma exclusiva a sua manutenção e operacionalização."

Brumadinho 5 anos

O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão ocorreu às 12h28 de 25 de janeiro de 2019. No momento, trabalhadores da empresa Vale estavam no refeitório. Além das vidas perdidas, a tragédia gerou uma série de impactos ambientais e econômicos para Brumadinho e municípios da bacia do Rio Paraopeba.

Ao todo, 9 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos vazaram. A lama percorreu mais de 7 km e atingiu o rio que é um dos afluentes do São Francisco, responsável pelo abastecimento de 2,3 milhões de pessoas, inclusive da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por