corrente do bem

Família corre contra o tempo para arrecadar dinheiro e tratar adolescente de 14 anos com câncer raro

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
14/06/2022 às 17:01.
Atualizado em 14/06/2022 às 18:19
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

Em janeiro deste ano, após queixas de fortes dores nas pernas e idas e vindas a consultórios médicos, a estudante Maria Eduarda Nogueira, de 14 anos, de Juiz de Fora, na Zona da Mata, foi diagnosticada com Sarcoma de Ewing, um câncer que, geralmente, atinge crianças de 5 a 16 anos.

Esse tipo de tumor maligno raro estava localizado no osso da bacia (ilíaco direito), que sustenta o peso do corpo e ajuda na locomoção.

Com o diagnóstico, a adolescente iniciou, em fevereiro, o tratamento convencional. Até este mês, já fez sete sessões de quimioterapia, e a próxima etapa para retardar o avanço do tumor seria uma cirurgia, que pode causar sequelas irreversíveis em relação à mobilidade da jovem.

A boa notícia é que a medicina oferece um tratamento, chamado protonterapia, com maior potencial de cura, que não afeta a mobilidade do paciente. Especialistas indicaram essa terapia para a família da "Duda".

A protonterapia é uma radioterapia realizada com prótons (partículas atômicas positivas). Além de diminuir a possibilidade de retorno do tumor, a aplicação é feita somente no local, onde as células cancerosas estão localizadas, sem causar danos aos tecidos sadios do paciente.

Apesar de aprovado pela Anvisa, o tratamento não existe no Brasil, sendo realizado apenas em três países em todo o mundo: Japão, Estados Unidos e Espanha.

Em busca da melhor terapia, no último domingo (12), a família de Duda iniciou uma campanha para arrecadar dinheiro para fazer o tratamento em Madri, capital espanhola.

O objetivo é conseguir finalizar  a arrecadação até 20 de junho. A família corre contra o tempo pois o tratamento da estudante não pode parar.

A oncologista da Maria Eduarda indicou a radioterapia como próxima etapa do tratamento, mas, com a possibilidade de fazer o procedimento que causará menos sequelas, a família se empenhou na criação da campanha. Enquanto isso, Duda segue fazendo sessões de quimioterapia.

O procedimento na Espanha custará R$ 700 mil e, até esta terça-feira (14), a família conseguiu arrecadar R$ 363 mil, mais da metade do valor total. Foram quase duas mil colaborações em 24 horas.

De acordo com os padrinhos da Duda, o casal Cristiane e Ivan Fagundes, o valor arrecadado ajudará a custear, entre outras coisas, o tratamento de protonterapia na clínica em Madri, passagens aéreas e outros tipos de transportes, além de hospedagem, passaporte e alimentação para a jovem e a mãe, que deverão ficar aproximadamente dois meses na Europa, até que o tratamento seja concluído.

"A Duda está nas nuvens, é uma alegria sem fim, um fio de esperança. A família, que ficou sem chão quando recebeu a notícia no início do ano, hoje está em êxtase. Estamos muito felizes e somos gratos por todo o carinho e mobilização de tantas pessoas, de tantos lugares. É uma comoção para nós", relatou Cristiane.

Para ajudar Duda, as doações podem ser feitas pelo site Vakinha ou por transferência via Pix (CPF 076.970.096-92, em nome de Otacília Silva Nogueira, mãe da Maria Eduarda).

Nesta terça-feira (14), a jovem fez um vídeo para agradecer todos que se mobilizaram pela causa e declarou: "O carinho de vocês está renovando minhas esperanças".

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