Família de menina esfaqueada em escola de Uberaba luta para condenação por feminicídio
Ministério Público fez representação contra os suspeitos por ato infracional análogo ao crime de homicídio triplamente qualificado
Familiares de Melissa de Melo e Campos, estudante de 14 anos, morta a facadas por um colega dentro do Colégio Livre Aprender em 8 de maio, estão pedindo que o crime seja julgado como feminicídio, e não apenas como homicídio.
Pelas redes sociais, Marisa Melo, tia de Melissa, agradeceu à polícia e ao Ministério Público por "afastarem os enfadados rumores" de que a vítima teria praticado bullying contra o suspeito. Por outro lado, Marisa expressou a convicção da família de que o "bárbaro crime ocorrido merece sim a alcunha de feminicídio e não foi motivado por simples inveja", rebatendo a decisão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que configurou o crime como homicídio triplamente qualificado.
"Quando a felicidade de uma mulher é suficiente para suscitar tamanho ódio a um homem, não há como negar o envolvimento de misoginia", destacou a tia.
A decisão do promotor Diego Aguillar Martins, divulgada na terça-feira (20), enfatizou que o crime não teria ocorrido pelo fato de Melissa "ser mulher". "Sobre feminicídio: nós podemos chegar à conclusão nesse caso de que ele poderia ter tido inveja de qualquer outra pessoa. Pela felicidade de qualquer outra pessoa. Então, não foi pelo fato de ser mulher", disse em entrevista coletiva.
Relembre o Caso
A morte de Melissa ocorreu após um garoto do 9º ano feri-la com uma tesoura, por razões ainda desconhecidas. O adolescente foi apreendido pela Polícia Militar horas após o crime. Por ser menor de idade, ele ficou à disposição da Justiça. O local onde ele estava não foi divulgado pela PM.
Um professor, que também é estudante de Medicina, prestou os primeiros socorros à jovem até a chegada das equipes de resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Apesar dos esforços dos socorristas, o óbito foi confirmado no local.
Um segundo adolescente suspeito de envolvimento no crime foi posteriormente identificado e apreendido.
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