Família quer doar órgãos de jovem morto após agressão no Instituto de Educação: 'será um alento'

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
20/11/2018 às 12:52.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:54
 (Enviada pelo WhatsApp)

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A família de Luiz Felipe Siqueira de Sousa, que morreu na manhã desta terça-feira (20) em decorrência de agressões sofridas no último dia 14 no pátio do Instituto de Educação de Minas Gerais, espera conseguir doar os órgãos do adolescente.

De acordo com o tio da vítima, Walter Evangelista Sousa, o corpo do jovem não foi liberado ainda pelo Hospital João XXIII pois passa por uma avaliação da viabilidade de doação de órgãos.

A expectativa de Sousa é que, ao menos, as córneas possam ser doadas. “Se conseguir doar um fio de cabelo do Luiz, já será um alento para a nossa família”, afirmou o tio, que trouxe Luiz para a capital mineira para estudar o terceiro ano do Ensino Médio. Até ano passado, o adolescente morava com o pai e o irmão mais novo em São Paulo. 

A família decidiu que o corpo do adolescente será velado em Minas Novas e enterrado em Turmalina, cidades do Vale do Jequitinhonha onde moram os familiares. Como o corpo ainda não saiu de Belo Horizonte, não há previsão de horário para o funeral.

Agressão

Na última quarta-feira (14), Luiz Felipe jogava futebol no pátio da escola, durante o recreio, quando teria acontecido um desentendimento com um rapaz de 18 anos. Imagens de câmeras de segurança mostram que Luiz Felipe foi agredido com socos e pontapés por esse colega mais velho. Ele chegou a tentar fugir, mas foi perseguido pelo agressor.

A vítima caiu sobre uma escada e machucou a cabeça em um degrau. Alunos do Instituto de Educação teriam contado que, ao perceber a gravidade da situação, o agressor também teria tentado ajudar, mas foi encaminhado para a sala dos professores. O suspeito das agressões foi preso em flagrante e tinha um histórico de ações violentas dentro do Instituto de Educação.

Defesa do agressor

A reportagem ouviu a defesa do agressor, que afirmou que o jovem está assustado e arrependido por tudo o que aconteceu. Segundo William Vaz, defensor público responsável pelo caso, a defesa vai pedir que ele seja julgado por lesão corporal. "Ele não teve a intenção de matar o colega. Houve, sim, a agressão, mas ela não foi iniciada com esse intuito. A pena deve ser maior agora porque a lesão resultou em morte, mas a própria família dele defende que a justiça seja feita, mas da forma certa", justificou.

A Secretaria de Estado de Educação afirma que está apoiando a família da vítima. Veja a nota enviada pela Secretaria de Educação:

"A Secretaria de Estado de Educação (SEE) recebeu com profundo pesar a notícia do falecimento do estudante do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), na manhã desta terça-feira (20/11), que estava internado no Hospital João XXIII desde a última quarta-feira (14/11), em virtude de agressão praticada por colega da escola. Durante todo o período de internação, representantes da SEE e da direção da escola acompanharam a família, buscando dar todo o apoio necessário. Segundo informou a família, o corpo do adolescente será velado na cidade de Minas Novas e o enterro acontecerá em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. A SEE se colocou à disposição para auxiliar no transporte dos familiares. A eles, aos amigos, colegas e comunidade do IEMG, a SEE se une nesse momento de perda e de luto".

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