Para tirar o atraso

Folia retoma ruas de BH com a 'missão' de bater recordes

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
23/01/2023 às 08:01.
Atualizado em 23/01/2023 às 08:08
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Com 479 blocos cadastrados e mais de 500 desfiles, o Carnaval de Belo Horizonte volta neste ano com a missão de ser o maior de todos os tempos. Após dois anos suspensa devido às restrições causadas pela pandemia da Covid-19, a folia promete arrastar 5 milhões de pessoas durante o período, público 12,3% maior do que o registrado em 2020.

Marcado pelos famosos blocos de rua, desfiles de Escolas de Samba e Blocos Caricatos, a folia na capital deve atrair, além dos belo-horizontinos, ao menos 250 mil turistas de fora do Estado e gerar ocupação de 100% da rede hoteleira durante os quatro dias de festa.

“Com o planejamento antecipado, conseguimos estruturar de maneira mais adequada a logística para o Carnaval de Belo Horizonte de 2023. Nosso objetivo é levar novamente a alegria para as ruas e essas informações são fundamentais para que possamos garantir um Carnaval mais organizado, limpo, com mobilidade, segurança e conforto para turistas e moradores da cidade”, garante Gilberto Castro, presidente da Belotur.

Belotur calcula que folia vá atrair ao menos 250 mil turistas de fora do Estado, com 100% de ocupação dos hotéis

A grande festividade esperada, no entanto, se difere do clima “pacato” vivido em BH durante os dias de folia no início do século. É inegável que a história do Carnaval da capital passou por grandes transformações nos últimos tempos.

O Carnaval de BH ganhou força em 2010, a partir de um movimento iniciado na Praça da Estação, no Centro da capital. À época, pessoas de biquínis e sungas se reuniram no local para se divertirem com brincadeiras praianas e música carnavalesca e agitaram a cidade em um evento organizado por coletivo chamado Praia da Estação. Aparentemente “despretensiosa”, a folia lutava contra decretos do então prefeito Marcio Lacerda, que cerceavam as manifestações artísticas e culturais na praça.

Desde então, a folia ocupou as ruas e contribuiu para que o Carnaval de BH voltasse a movimentar a cidade. Porém, foi em 2017, quando 3 milhões de foliões se reuniram em mais de 350 blocos pelas vias da cidade, que BH entrou na mira da folia e passou a figurar entre os melhores carnavais do país.

De lá pra cá, a festança vive um crescimento expressivo a cada ano, com 3,8 milhões de foliões em 2018, 4,3 milhões em 2019 e 4,45 milhões em 2020 - quando foi considerado o terceiro maior do Brasil, atrás apenas da folia carioca e paulista.

“O Carnaval de Belo Horizonte é hoje o maior evento de rua de Minas, gerando emprego e renda e movimentando toda a cadeia produtiva do turismo. Com planejamento robusto, integrado e antecipado, temos uma programação de pré-carnaval intensa e para todo tipo de público”, comemora o presidente da Belotur.

Festa pode gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos

Para além dos foliões, o aumento da folia também trouxe maior “brilho” ao mercado de trabalho da capital. Conforme dados da PBH, em 2018, foram mais de 9,6 mil ambulantes cadastrados para atuar no feriado. No ano seguinte, o número passou de 13 mil e foi superado na edição de 2020 quando mais de 14,76 mil vendedores informais atuaram.

Segundo o Executivo, o número de ambulantes cadastrados em 2023 ainda está sendo contabilizado e será divulgado nos próximos dias. No entanto, a PBH já projeta que a festa gere mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. 

Quem também comemora a grande folia belo-horizontina são os setores formais de comércio e serviços da capital, que veem no carnaval uma oportunidade para aumentar as vendas. Em 2020, 47% dos comerciantes registraram aumento nas vendas em relação à edição anterior. Para este ano, com o aumento dos foliões, a expectativa é positiva.

Gasto por dia

Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), uma pesquisa com o otimismo dos comerciantes deve ser divulgada nos próximos dias. Entretanto, levantamento do Sindicato Empresarial de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SindHBaRes) já projeta que o folião que for aproveitar a festa de rua deve desembolsar até R$ 1 mil por dia, em média.

Os gastos devem ser variados, explicou o presidente da SindHBaRes, Paulo César Marcondes Pedrosa. “Tem a passagem, a alimentação, o transporte por aplicativo e as bebidas”, disse.

Conforme a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), que organiza o carnaval em BH, a movimentação econômica deve ficar em torno dos R$ 623 milhões, R$ 320 milhões apenas para o setor de bebidas e alimentos. A expectativa é que o investimento público neste ano varie de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.

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