O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), 'cutucou' dois desafetos durante entrevista que deu após a abertura de um novo processo de cassação na tarde desta segunda-feira (4).
Se dizendo tranquilo após mais um embate na Casa, Gabriel disse estar "ao lado da verdade” e que confia em sua base para barrar a nova denúncia. E aproveitou para criticar o prefeito Fuad Noman (PSD) e o secretário da Casa Civil de Minas, Marcelo Aro (Avante).
Afirmou que o prefeito Fuad Noman (PSD) agiu como “sujeito oculto”para prejudicá-lo, pois estaria por trás do pedido de cassação. Segundo ele, Noman, em conjunto com o rival político do parlamentar, o secretário Marcelo Aro, apoiou a denúncia para ocultar pautas importantes, como a votação do orçamento de BH que pode determinar o aumento, ou não, da passagem de ônibus.
Azevedo acredita que o segundo processo de cassação é motivado por uma tentativa de fazê-lo renunciar.
"É mais uma tentativa de falar Gabriel, renuncia. Câmara Municipal, vote só o prefeito quer. Nós não vamos fazer isso, vamos votar o que o povo quer”, declarou.
Ao lado de aliados, Azevedo afirmou que o processo se trata da continuidade de uma farsa. “Virou erro eu dizer que em Belo Horizonte não pode ter rachadinha? É o poste mijando no cachorro”, afirmou.
Nesta segunda, a Câmara de BH abriu um novo processo de quebra de decoro contra Azevedo pelo placar de 25 votos a favor, 14 contra e uma abstenção. Miltinho CGE (PDT) acusa o parlamentar de de ter exposto na imprensa um pedido de cassação contra ele, que o acusava de práticas ilegais, em vez de seguir os trâmites normais da Casa.
O que dizem os citados
Citado pelo presidente da CMBH, o vereador Miltinho (CGE) preferiu não se manifestar sobre a denúncia. O Hoje em Dia procurou a prefeitura de BH, para um posicionamento de Fuad Noman (PSD), mas não obteve retorno até o momento da publicação desta matéria.
O secretário de Estado Marcelo Aro avalia se tratar de "mais uma tentativa midiática dele para tirar o foco do problema real: ter perdido a confiança de todos" e cita que que Gabriel não é "capaz de liderar seus pares e votar projetos para resolver os problemas de Belo Horizonte".
"Entre os 40 vereadores hoje, por exemplo, ele só teve apoio de 13. Como belo-horizontino, apaixonado pela nossa capital torço para que a câmara consiga virar essa página conduzindo ao cargo de presidente alguém que não coloque seu projeto pessoal acima de BH e que entenda o papel do legislativo na construção de uma cidade melhor", finalizou Aro.
* Estagiário sob supervisão de Valeska Amorim