Saúde

Governo confirma quatro casos suspeitos em Minas de hepatite aguda que atinge crianças

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
11/05/2022 às 20:01.
Atualizado em 11/05/2022 às 20:06
 (Reprodução / Hospital Israelita Albert Einstein)

(Reprodução / Hospital Israelita Albert Einstein)

Minas Gerais tem quatro casos suspeitos da hepatite aguda, de origem desconhecida, que tem atingido crianças em todo mundo. A informação foi divulgada inicialmente pelo Ministério da Saúde e confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) na noite desta quarta-feira (11).

Os dois novos casos suspeitos foram notificados nas cidades de Belo Horizonte e Juiz de Fora. Outra notificação já havia sido registrada na cidade da Zona da Mata. O quarto paciente é de Ibirité, na região metropolitana, e foi atendido na capital mineira. 

"Os casos estão em investigação e acompanhamento, e foram notificados ao Ministério da Saúde. Os principais sintomas relatados foram dor abdominal e vômitos, acompanhados de alterações de enzimas hepáticas", afirmou a SES.

Sobre a doença

Os sintomas da condição são parecidos com hepatites causadas pelos vírus do tipo A, B, C D e E: coloração amarela da pele e olhos, urina de cor escura, vômitos, diarreia e dor abdominal. As análises dos casos misteriosos em crianças, no entanto, não demonstraram ligação com esses vírus já conhecidos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há relato de pacientes que precisaram de transplante de fígado.

O pediatra José Geraldo Leite Ribeiro explica que a doença é uma inflamação do fígado. "Geralmente, quando uma doença, seja infecciosa ou tóxica, afeta o fígado, chamamos de hepatite. Normalmente os sinais iniciais são parecidos. Só a investigação laboratorial nos dá a etiologia (causa). Nos casos atuais, não conhecemos a etiologia. Sem saber a causa, é difícil explicar por que ela está ocorrendo apenas em crianças", afirma o especialista.

Sintomas
A hepatite aguda inicia-se habitualmente com diarreia, vômito e dor abdominal, associados ou não a sintomas como prostração, dores no corpo e mal-estar. Em um segundo momento, a icterícia, caracterizada pela coloração amarelada dos olhos, da pele e das mucosas, se instala, devendo ser utilizado por pais e cuidadores como um sinal de alarme para procura por atendimento.

Existe ligação com a Covid-19?
"Os estudos iniciais afastam como causa a Covid-19", diz o pediatra José Geraldo Leite Ribeiro. Segundo ele, "a maioria das crianças diagnosticadas com a doença não havia testado positivo para Covid".

Nesse sentido, uma possível relação com a vacina contra coronavírus também está praticamente descartada. "Os primeiros casos foram detectados na Escócia, onde as crianças não foram vacinadas", explica o mestre em infectologia.

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