Metroviários de Belo Horizonte acabam de descartar a greve no metrô que poderia ser instaurada em agosto. A decisão ocorreu após a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) resolver a pendência do vale-alimentação, que era demanda da categoria.

A posição dos metroviários foi dada ao Hoje em Dia pelo diretor-jurídico do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Robson Zeferino.

"Já começaram a distribuir os cartões (de vale-alimentação)", explicou o sindicalista. A categoria havia decretado estado de greve em 20 de julho, quando o benefício deveria cair na conta dos trabalhadores. A paralisação das atividades seria iniciada na próxima semana, caso a pendência não fosse resolvida.

Segundo a CBTU, o problema ocorreu devido à troca dos cartões. A companhia também afirmou ter avisado "amplamente" aos funcionários sobre o atraso.

Privatização
Embora a possibilidade de greve devido ao atraso no pagamento do vale-alimentação esteja descartada, Robson Zeferino reafirmou o descontentamento da categoria com a maneira na qual a concessão do metrô à iniciativa privada foi conduzida.

Segundo ele, a pauta ainda pode gerar futuras paralisações. "Com certeza (há possibilidade). Em momento algum o sindicato foi ouvido. Ou seja, quem representa os trabalhadores não sentou à mesa para negociar", afirmou.

A reportagem questionou o Ministério da Infraestrutura sobre as declarações do sindicalista e aguarda retorno.

Conforme estimativa do ministro Marcelo Sampaio, o processo de privatização do metrô de Belo Horizonte deve ser concluído ainda em 2022. O lançamento do edital deve ocorrer em setembro. Após esse período, as empresas interessadas terão 90 dias para analisar o projeto.