2º dia de audiência

'Hoje termina minha missão, que a Justiça seja feita’, diz pai de Lorenza ao chegar no tribunal

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
Publicado em 16/12/2022 às 09:51.Atualizado em 16/12/2022 às 11:56.
 (Fernando Michel/Hoje em Dia)
(Fernando Michel/Hoje em Dia)

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) deve ouvir nesta sexta-feira (16) o promotor André Luiz Garcia de Pinho, suspeito de assassinar a esposa Lorenza Maria de Pinho, em abril 2021, dentro do apartamento em que o casal vivia, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte.

Na entrada do Tribunal, no bairro Serra, região Centro-Sul da capital, o pai de Lorenza, Marco Aurélio Silva, conversou com a imprensa. Emocionado, ele falou sobre o tempo de espera para a conclusão do julgamento.

“É o dia mais difícil dos últimos 20 meses. Eu vivi com uma carga de emoção fortíssima, cheguei a pensar que não chegaria ao final [do processo]. Graças a deus cheguei ao final do que posso fazer, comparecer às audiências, contar para todo mundo como minha filha foi assassinada”, desabafou.

Silva falou ainda sobre as provas do crime, do caso elaborado pelo Ministério Público. “Quem fala que ele é assassino são seus pares, o próprio Ministério Público, igual a Doutora promotora falou ontem como testemunha arrolada a defesa dele. Hoje termina a minha missão. Vou continuar rezando e agradecendo a Deus por ter chegado aqui. Que a justiça divina seja feita”, completou.

A previsão é que a audiência termine nesta sexta. Outras seis testemunhas devem ser ouvidas. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, a fase de instrução só acaba com o interrogatório do promotor. Após isso, o relator do processo terá 30 dias para a elaboração de um relatório final e o voto para, em seguida, colocar para apreciação dos desembargadores. 

Julgamento

A audiência foi retomada nesta quinta-feira (15) após ser suspensa por quatro meses para a apresentação de novas evidências pela perícia. Foram ouvidas cinco testemunhas das onze arroladas pela acusação e defesa que ainda não haviam sido ouvidas antes da interrupção do julgamento.

De acordo com o TJMG, os depoentes de ontem foram a promotora de justiça Gislane Teste Colet, a psicanalista Maria Angélica Falci, o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, o Assistente Técnico de Defesa Malthus Fonseca Galvão e a manicure Cintia Dias de Souza. 

O pai e a irmã gêmea da vítima acompanham a audiência juntamente com os filhos de Lorenza e André.

Relembre o caso

Lorenza morreu no dia 2 de abril, no apartamento onde morava, no bairro Buritis, região Oeste de BH, inicialmente por engasgar. O corpo chegou a ser levado para uma funerária, mas um delegado determinou que fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal. O promotor sempre negou ter cometido o crime, mas foi preso dois dias após a morte da mulher.

A prisão de André foi confirmada pela Justiça no dia 3 de maio, pouco antes de vencer o prazo da prisão temporária. A decisão atendeu pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No dia 12 de maio o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, por unanimidade, pela manutenção da prisão preventiva do promotor.

Lorenza deixou cinco filhos, de 2, 7, 10, 15 e 16 anos. Em audiência na Vara da Infância e Juventude, a Justiça decidiu, provisoriamente, que a guarda ficaria com amigos próximos ao casal.

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