
O mistério sobre a morte de uma psicóloga encontrada no porta-malas do próprio carro, na garagem de casa, em agosto de 2021, em Pouso Alegre, no Sul de Minas, chegou ao fim nesta quarta-feira (16). O inquérito da Polícia Civil concluiu que a mulher se matou.
No dia 22 de agosto de 2021, Marilda Matias Ferreira dos Santos, de 37 anos, foi encontrada pelo marido de 67 anos. Ela usava roupas de academia e estava com as mãos amarradas, mas de forma frouxa e simples.
A perícia não identificou evidência de violência e a chave do carro estava junto ao corpo. A casa também não apresentava indícios de arrombamento e nenhum objeto tinha sido levado.
O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Bartoli, explicou que a investigação foi complexa devido ao fato de a mulher ter tentado simular que tinha sido assassinada.
“Ela buscou despistar o marido e amigos com informações, como um passeio de bicicleta que faria e que tinha sido assediada por estranhos na rua. Os levantamentos comprovaram que ela não havia saído de casa”, esclareceu.
Para descartar a participação do marido, o registro de sua chegada à residência foi confirmado por câmeras de segurança do bairro, radar da rodovia e pela localização do celular. Além disso, os investigadores apuraram que a mulher havia desmarcado um paciente que atenderia naquela semana, dizendo que iria para Bauru, em São Paulo, no fim de semana - e ela não fez a viagem.
A PC também analisou cadernos, anotações e agendas da mulher. O material encontrado na casa dela revelou predisposição ao suicídio e claros indícios de depressão.
“Por fim, o laudo de necropsia comprovou ausência de lesão ou sinal, até mesmo de perfuração de agulha. E os laudos complementares encontraram 14,6 dg/l de álcool, além de um medicamento com propriedades sedativas e anticonvulsivantes, que atua diretamente no sistema nervoso central”, complementou o delegado.
Em janeiro do mesmo ano, de acordo com registros médicos, a vítima havia tentado suicídio mas foi encontrada a tempo pelo marido. O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público e arquivado pela Justiça.