Integrantes de bando especializado em tocar o terror para roubar combustível são presos na Grande BH
Cinco foram detidos, mas oito seguem foragidos; grupo revendia produto para postos da Grande BH e São Paulo
Cinco integrantes de uma quadrilha especializada em roubo de combustíveis na Grande BH foram presos nesta quinta-feira (31). O bando fortemente armado abordava os caminhoneiros próximo à Refinaria Gabriel Passos (Regap), na BR-381, em Betim. Os motoristas chegavam a ser mantidos reféns até o transbordo da carga. Pelo menos oito suspeitos ainda são procurados pela Polícia Civil (PC).
Detalhes sobre os crimes, praticados há cerca de dois anos, foram dados nesta tarde pela PC. Segundo as investigações, os ataques ocorriam durante a madrugada. Os criminosos escolhiam pontos estratégicos - como redutores de velocidade e paradas obrigatórias - para abordar os veículos e anunciar os assaltos.
O grupo utilizava um dispositivo capaz de bloquear o rastreador dos caminhões e levava apenas a carga. “Chama atenção porque demonstrou uma certa especialidade deles, essa questão de não subtrair o caminhão”, destacou o delegado Davi Batista Gomes, responsável pelo caso.
O combustível roubado era armazenado em tanques próprios da quadrilha, instalados em lotes vagos ou murados. Depois, a carga era revendida sem nota fiscal a postos da capital, da Grande BH e até de outros estados, como São Paulo. Parte do produto era destinada a estabelecimentos "bandeira branca" - independentes, sem relação com distribuidoras.
Segundo o delegado, os postos que recebiam o combustível já foram identificados e serão alvo de uma segunda fase da investigação.
Mandados e foragidos
A ação desta quinta leva o nome de “Operação Tanque”. Houve o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária em Betim, Contagem e Vespasiano. Dois dos cinco presos ocupavam posições de comando na estrutura do grupo. Os detidos poderão responder por roubo duplamente qualificado, organização criminosa, restrição de liberdade e uso de arma de fogo.
O delegado destacou que os investigados são “todos participantes diretos nos assaltos e um dos líderes está foragido”. Um caminhão e uma caminhonete Amarok foram apreendidos.
Além dos roubos de combustíveis, os criminosos também miravam outras cargas, como carnes de alto valor. A investigação começou há cerca de 11 meses, a partir do cruzamento de boletins de ocorrência e troca de informações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A segunda fase do inquérito irá apurar também a possível ligação do grupo com facções criminosas. “Muito provavelmente vamos confirmar algumas suspeitas desse envolvimento”, afirmou o delegado.
* Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca
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