A Justiça mineira decidiu manter a prisão do homem suspeito de matar a própria irmã, com facadas no peito, por causa do latido de um cachorro. O crime aconteceu no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na última quinta-feira (10), na casa onde o homem morava com a vítima, que era perita criminal.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), durante audiência de custódia, realizada no Fórum Lafayette, o advogado Rodrigo Randazzo, que representa o suspeito, pediu a soltura do cliente alegando que ele se apresentou espontaneamente à delegacia e que é réu primário, tem endereço fixo, emprego e paga pensão para o filho adolescente. O advogado também argumentou que, em brigas anteriores, a irmã já tinha perdoado o irmão.
Já a promotora Cláudia do Amaral Xavier, do Ministério Público, pediu que a prisão fosse convertida de flagrante para preventiva, alegando que o suspeito já tem histórico de violência familiar e falta de autocontrole, uma vez que ele assumiu ser usuário de álcool e cocaína. O caso foi analisado pela juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira, que destacou que, apesar de ser réu primário, o homem tem histórico de medida protetiva e processo de lesão corporal.
Para ela, a liberdade do acusado oferece perigo para a mãe dele, que declarou no Boletim de Ocorrência que o filho sempre chega em casa drogado e muito agressivo, causando transtornos para a família. “Entendo que a primariedade do autuado não constitui requisito suficiente para a concessão da liberdade provisória”, registrou a magistrada.

Crime
De acordo com a mãe da vítima e do suspeito, os filhos discutiram depois que o homem chegou em casa alterado e descontrolado, segundo ela, possivelmente por consumir drogas, e deferiu vários chutes na cabeça do cachorro de estimação da família. Depois de agredir o cão, o suspeito deu chutes e socos na irmã, que tentava defender o animal. A idosa relatou aos militares que a filha foi para o banheiro, momento em que o filho seguiu para a cozinha, pegou uma faca e golpeou a irmã.
A mulher caiu ferida no banheiro e o suspeito fugiu em um Fiat Uno prata. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas a vítima já estava sem vida. O corpo foi periciado e levado para o Instituto Médico Legal (IML) de BH. Aos militares, a mãe admitiu que o filho era usuário de drogas e sempre ficava agressivo quando fazia uso de entorpecentes.
Depois do crime, o suspeito fugiu e, horas depois, se apresentou na sede 22º Batalhão da PM.