Mãe que assumiu ter batido no filho até a morte não demonstrou arrependimento nem tristeza, diz PC
Mulher teria chorado apenas quando soube que seria presa pelo crime

Sem arrependimento nem tristeza. Desta forma o delegado Evandro Radaelli, da 2ª Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios Barreiro, descreveu as reações da mãe do menino de 9 anos, ao confessar que havia “passado do ponto” ao dar tapas e chineladas no filho, que precisou ser levado ao hospital e morreu. O policial informou que a mulher chorou apenas quando soube que seria presa.
Os detalhes sobre o bárbaro crime ocorrido no fim de agosto no Barreiro foram informados pela Polícia Civil (PC), nesta quinta-feira (16). Conforme o delegado, a frieza da mãe foi percebida também no dia da obtenção da certidão de óbito do garotinho. “Pessoas que estiveram no cartório relataram que ela estava sorridente”, afirma Evandro Radaelli.
Segundo as investigações, as agressões eram recorrentes. “Depois que o crime ocorreu, a direção da escola onde Arthur estudava nos relatou que o menino faltava muito às aulas e se queixava de dores”, conta o delegado. As violências, portanto, não foram identificadas por pessoas de fora da família antes do episódio que levou à morte do garoto, pois ele e os irmãos - um de 6 anos e outro de seis meses - eram orientados a mentir.
A mãe e o padrasto - que é pai do bebê de seis meses e também foi preso - pressionavam a criança, obrigando ela a esconder as agressões. Conforme a PC, o homem de 39 anos presenciava as violências e inclusive agredia as crianças em outras situações. O casal era usuário de cocaína, e estaria sob o efeito da droga no dia dos ataques que provocaram a morte da vítima.
Ainda de acordo com as investigações, a mãe tem três passagens criminais por tráfico, crime pelo qual o companheiro anterior, pai de Arthur, encontra-se preso.
Além do homicídio, os policiais apontam que também trata-se de um caso de abandono de incapaz. A mãe e o padrasto deixavam os irmãos mais novos aos cuidados de Arthur com frequência. A PC afirma também que o casal pedia para que parentes os ajudassem com doação de alimentos para as crianças.
*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca
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