cadastro reserva

Mais pediatras aprovados em concurso em 2017 são nomeados pela Fhemig para o Hospital João Paulo II

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
21/06/2022 às 09:24.
Atualizado em 21/06/2022 às 14:04
 (Agência Minas)

(Agência Minas)

Dez médicos pediatras foram nomeados para ampliar a equipe do Hospital Infantil João Paulo II, que integra a rede de assistência da Fundação  Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

São vagas remanescentes de cadastro reserva do concurso público homologado em 2017. O prazo do edital foi estendido, depois que a vigência dos concursos públicos foi suspensa, ocasionada pelo cenário de calamidade pública da pandemia de Covid-19.

Os servidores nomeados têm prazo de 30 dias para tomar posse e outros 30 para entrar em exercício efetivo, sendo possível iniciar as atividades em menor tempo, prevê a Lei 869/52.

O governo fez uma primeira nomeação de candidatos excedentes no dia 19 de abril. E, dos 15 pediatras convocados, apenas três tomaram posse e integram a equipe assistencial do hospital infantil. A segunda nomeação ocorreu na última quarta-feira (16).

De acordo com o diretor do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência da Fhemig, Fabrício Giarola Oliveira, a nomeação de mais dez profissionais reforça a escala médica, diante do aumento da demanda, em razão da sazonalidade de doenças respiratórias e da gravidade dos casos recebidos pelo pronto atendimento da unidade.

“A nomeação de novos profissionais aprovados em concurso público vem em um momento crucial, de alta de doenças respiratórias em crianças, que tem ocasionado aumento da demanda em vários serviços de saúde.Os pediatras chegam para ampliar nosso corpo clínico, proporcionando atendimento ainda mais qualificado tanto na porta (pronto atendimento), quanto na urgência e na internação”.

Dificuldades

O diretor de mobilização do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, o médico endocrinologista Cristiano Túlio Maciel Albuquerque, que é funcionário do hospital, pondera que vários fatores têm contribuído para que o chamamento seja pouco atraente para os profissionais nomeados.

Em primeiro lugar, o sindicalista aponta a demora para a nomeação e explica que o governo estadual, no início da pandemia, poderia ter feito uma chamada maciça.

Mas optou por congelar o concurso e fazer contratos pontuais, que teriam mais rapidez em colocar o profissional atuando na linha de frente. O concurso foi realizado em 2015 e homologado dois anos depois.

Muitos médicos nomeados comentaram, diz Cristiano Albuquerque, que já estabeleceram outros vínculos de trabalho, depois da realização de concursos públicos na rede municipal de saúde da capital, no Hospital Odilon Behrens. Além disso, houve abertura de vagas em Betim e em hospitais de BH.

Outra questão levantada pelo médico é o déficit na remuneração paga pelo estado aos profissionais, que chega a 30%, em relação aos salários da iniciativa privada. “O mercado está aquecido. Um médico recebe, em média, R$ 9 mil; na Fhemig, é em torno de  R$ 6 mil” analisa. 

Além disso, o representante da categoria afirma que houve uma piora no plano de carreira. De acordo com Albuquerque, a atual gestão do governo promoveu uma recomposição de 10% nos vencimentos, que não foi suficiente. E vários benefícios que o plano de carreira agregava foram retirados no concurso atual.

A estrutura física do hospital também deixa muito a dever, afirma o diretor do sindicato. “Ela é arcaica, há muitas infiltrações; alguns equipamentos não podem ser usados, porque a rede elétrica não comporta”, denuncia. 

Segundo ele, o refeitório foi desativado porque há risco de desabamento. “As refeições vêm de fora e pacientes e acompanhantes têm que comer no leito, o que é até contraindicado”, alerta o médico.

Cristiano Albuquerque diz ainda que o sindicato apresentou ao governo Zema várias propostas para atrair mais médicos para a unidade. Segundo ele, as sugestões foram bem recebidas, mas nada foi implementado. “É um problema que se arrasta há muito tempo. Foi construído um anexo muito grande, que seria entregue em 2014 e não está funcionando.” 

De acordo com Albuquerque, só o hall foi concluído para abrigar os recepcionistas e pacientes, que antes ficavam esperando na rua.”Por muito tempo houve falta de investimentos na estrutura física e há uma falta de conforto muito grande.” finaliza o sindicalista.

Por nota, a Fhemig informou que mantém esforços para ampliar as equipes médicas. Conforme o órgão, os servidores estaduais tiveram recomposição salarial de 10,06%, além do direito de receber valores retroativos de janeiro a março.

Sobre as críticas sobre a estrutura física do hospital, a Fhemig disse que tem investido na revitalização e modernização das unidades. E com relação ao prazo estendido, a fundação informou que isso se deve à suspensão da vigênciados concursos públicos, ocasionada pela pandemia.
  
Leia a nota na íntegra:

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informa que todos os esforços têm sido empenhados para ampliação da equipe médica no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), com a abertura de diversos processos seletivos. Em maio deste ano, os servidores estaduais tiveram recomposição salarial de 10,06% e, em junho, receberam valores retroativos correspondentes aos meses de janeiro a março de 2022. 

A porcentagem de reajuste corresponde à recomposição salarial do funcionalismo público de acordo com o índice de inflação verificado pelo IPCA no último ano e é o limite que o Governo de Minas pode conceder dentro das restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 

A ajuda de custo dos servidores também foi reajustada pelo Governo de Minas, conforme resolução publicada em fevereiro deste ano.

Os profissionais nomeados irão preencher vagas remanescentes do concurso público homologado em 2017. O prazo foi estendido após a suspensão da vigência dos concursos públicos, ocasionada pelo cenário de calamidade pública da pandemia de covid-19.

Sobre os candidatos aprovados em concurso, ressaltamos que, de acordo com a Lei 869/52, o servidor nomeado tem prazo de 30 dias para tomar posse e outros 30 para entrar em exercício efetivo, sendo possível iniciar suas atividades em menor tempo. 

Cabe salientar que a Fhemig tem investido na revitalização e modernização de suas unidades.  No HIJPII, o ambulatório de doenças raras foi totalmente revitalizado e o restante do hospital também será nas próximas etapas do processo. Foram investidos, em 2021, R$ 2 milhões na unidade para aquisição de equipamentos e mobiliário. Mais R$ 3 milhões são esperados para este ano. 

As obras do prédio anexo foram retomadas em 2021 pela atual gestão. Neste momento, os projetos complementares encontram-se em fase de elaboração.

Por fim, o Serviço de Nutrição e Dietética (SND) que atende o Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência funciona no Hospital João XXIII (HJXIII). Uma nova empresa foi contratada para o fornecimento da alimentação no último mês.

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