
O médico responsável pelo procedimento estético que teria resultado na morte de Lidiane Aparecida Fernandes de Oliveira, de 39 anos, em dezembro de 2021, em BH, foi indiciado nesta quinta-feira (28) por homicídio culposo.
Segundo a Polícia Civil, as investigações concluíram que o cirurgião plástico retirou um percentual de gordura superior ao determinado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
No dia 6 de dezembro, a vítima foi até a clínica, no bairro Lourdes, na região Centro-Sul da capital, para realizar uma cirurgia de lipoaspiração e uma de abdominoplastia. No dia seguinte, ela teve complicações, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.
De acordo com análise pericial, a Resolução nº 1.711/2003 do CFM prevê que volumes de gordura aspirados não devem ultrapassar 7% do peso corporal, quando utilizada a técnica infiltrativa. Porém, na documentação médica referente ao procedimento cirúrgico de Lidiane, consta a lipoaspiração de 9.320ml de gordura, retirados do abdômen, flancos, dorso, lombar, face interna da coxa, axilas e tórax.
A quantidade, ainda segundo o laudo, corresponde a 10,02% do peso corporal da paciente.
Em entrevista à imprensa, a delegada do caso, Lígia Barbieri Mantovani, relembrou que a vítima, assim que saiu da sala de cirurgia, começou a se queixar de dores. Segundo relatos da irmã de Lidiane, ela se contorcia, de punhos cerrados, reclamando de dor.
O indiciamento do médico ocorre quatro meses após a morte de Lidiane. Conforme o chefe do 1º Departamento de Polícia, delegado-geral Arlen Bahia, para que fosse possível comprovar a imperícia médica o corpo da vítima teve que ser exumado.