
Não bastasse o avanço de novos casos de Covid-19 em Minas, o momento atual da pandemia fica ainda mais crítico porque, de acordo com médicos e enfermeiros, as equipes de saúde que atuam na linha de frente estão exauridas.
Nos primeiros meses, os profissionais foram obrigados a aprender a lidar com o vírus na prática, sem informações sobre tratamentos que poderiam ser eficazes. Agora, atuam em meio à média diária de novas notificações da doença, que já é maior se comparada ao período do pico.
Nos últimos 30 dias, 2.923 registros foram confirmados a cada 24 horas. De 22 de junho a 22 de julho, foram 2.327 diariamente. Para especialistas, os números preocupam e está nas mãos da própria população a mudança no comportamento da pandemia no Estado.
Além disso, o sistema de saúde já começa a ser pressionado pelo atendimento a doenças crônicas, como renais e diabetes, e arboviroses, como dengue
“Já foi muito cansativo, porque os médicos tiveram, no dia a dia, que entender o que estava acontecendo e correr para salvar vidas. Agora, parece que a população banalizou e os números voltaram a subir. Estamos muito preocupados”, afirma a presidente do Conselho Regional de Medicina – Minas Gerais (CRM-MG), Cibele Carvalho.
Professor da UFMG, o infectologista Unaí Tupinambás destaca que outro desafio são as baixas nas equipes e as férias que já estão marcadas para este período. “Essas pessoas estão exauridas e muitos profissionais estão com o descanso marcado desde o ano passado e eles têm esse direito”, destacou.