Médicos pagariam R$ 140 mil a fraudadores mineiros caso fossem aprovados em prova de residência
Grupo foi preso em Juiz de Fora durante operação da PF que mirou tentativa de fraude no exame nacional
A Polícia Federal (PF) desarticulou, no domingo (19), um esquema de fraude que mirava o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) de 2025. O grupo criminoso, com base em Juiz de Fora, na Zona da Mata, prometia aprovar candidatos em programas de residência médica mediante o pagamento de R$ 140 mil.
De acordo com as investigações, a quadrilha planejava burlar o exame aplicado em todo o país pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). A ação, batizada de Operação R1, contou com apoio técnico do Inep e teve oito pessoas presas, entre candidatos e operadores da fraude.
Esquema envolvia transmissão eletrônica e uso de “laranjas”
Segundo a PF, os criminosos pretendiam atuar de duas formas. A primeira consistia na transmissão de respostas corretas por meio de equipamentos eletrônicos durante a aplicação da prova. Já a segunda previa o uso de “laranjas” - pessoas que fariam o exame no lugar dos verdadeiros candidatos, usando documentos falsificados.
Os policiais federais apreenderam equipamentos de transmissão de dados que seriam usados para repassar o gabarito aos candidatos.
Durante a operação, cinco pessoas foram presas em flagrante nas cidades onde realizavam o exame, sendo quatro homens e uma mulher. Com eles, foram encontrados os dispositivos eletrônicos usados para comunicação durante a prova.
'Cérebro' do grupo estava em Juiz de Fora
A investigação identificou que os mentores da fraude estavam hospedados em um hotel em Juiz de Fora, de onde transmitiriam as respostas aos candidatos. No local, os agentes prenderam três homens, responsáveis por coordenar o esquema e repassar as informações por meio de pontos eletrônicos.
Ao mesmo tempo, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência de um dos candidatos no Rio de Janeiro, além de buscas pessoais em locais de prova. Todos os suspeitos foram levados para a Delegacia da PF em Juiz de Fora, onde prestaram depoimento e, em seguida, foram encaminhados ao sistema prisional.
Crimes e penalidades
Os presos devem responder por fraude em certames de interesse público, associação criminosa e falsidade ideológica. A PF ainda irá realizar perícia nos equipamentos eletrônicos apreendidos para detalhar como se daria a comunicação durante a prova.
*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca, com informações de Agência Brasil
Leia mais: