Mesmo com a paralisação total do metrô anunciada pelos metroviários na na tarde de quarta-feira (24), Belo Horizonte amanheceu sem reforço nas viagens de ônibus na manhã desta quinta (25).
O Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que vai monitorar os efeitos no sistema, e se, houver necessidade, irá aumentar o número de viagens.
Quem precisou utilizar o transporte coletivo disse que os carros estavam lotados e que mais ônibus nas ruas poderia aliviar a falta do metrô. "Saio da região Norte, pego o metrô até o Centro e depois um ônibus para chegar na região Sul, onde trabalho. Hoje tive que aumentar mais uma viagem e como esperava, ônibus lotado. Tinham que ter aumentado as viagens, já que a greve foi anunciada ontem", explicou o encarregado de obras Carlos Alves, de 40 anos.
Já a atendente de telemarketing Deisiane Barbosa disse que chegará atrasada ao compromisso, mesmo ela que utiliza um trajeto curto de deslocamento. "Não sei nem como vou chegar no meu serviço. Geralmente gasto só 20 minutos de metrô. Hoje, com os ônibus lotados, vou gastar mais de uma hora", explicou.
Avaliação do Setra
Conforme o sindicato que representa as empresas de ônibus da capita, a expectativa era de que poderia diminuir o número de passageiros nas viagens.
"O sistema de BH, neste cenário, pode ter inclusive impacto na diminuição de passageiros, pois o modal férreo tem capacidade maior e menos paradas, enquanto as linhas de ônibus metropolitanas temporárias e substitutivas fazem mais paradas e o passageiro, por esta razão, pode não necessitar da linha urbana", informou o Setra em nota.
BHTrans
Procurada, a BHTrans disse que a Prefeitura de BH possui um plano de reforço das linhas do transporte coletivo municipal que atendem as estações Vilarinho e São Gabriel. "A BHTRANS realiza o acompanhamento, inclusive pelo COP-BH, e as viagens extras são disponibilizadas de acordo com a demanda.
A autarquia informou ainda que, para garantir o atendimento dos usuários, foi enviado um ofício às concessionárias alertando sobre a situação e a necessidade de complemento nas linhas.
Expectativa
Na tarde desta quinta-feira haverá uma reunião entre o Sindimetro, sindicato que representa os funcionários do metrô da capital, e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Os grevistas cobram participação no processo de desestatização da empresa e estabilidade dos atuais servidores concursados da CBTU. A expectativa é de que aconteça um acordo entre as partes para dar fim à greve.
Conforme a União é esperado que o leilão de operação do sistema aconteça até novembro deste ano. O ministro Vital do Rêgo, relator da privatização, deu aval à continuidade do processo, fazendo orientações para que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) revise alguns estudos jurídicos e aponte algumas precificação de investimentos que não foram detalhadas. O voto do relator foi seguido por unanimidade por todos os ministros. Após isso, metroviários anunciaram a greve.
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