
Trabalhadores do metrô de Belo Horizonte fazem uma manifestação na manhã desta quinta-feira (22) em frente à estação Central, na praça da Estação, no Centro da capital. O ato é contra o leilão de privatização do sistema de transporte sobre trilhos marcado para esta quinta, às 14h, na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.
"O ato de hoje faz parte de uma série de atos contra a forma que os governos federal e estadual tem conduzido o processo de privatização do metrô. Não há um estudo previsto e há uma falha ao falar que só dá pra expandir através da privatização. Sabemos que há uma possibilidade de expansão pública, chefiada pela própria CBTU, que ainda garanta a linha 2 com tarifa social, sem aumento ao passageiro", explica Pedro Vieira, diretor do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG).
Na avaliação dele, mesmo com o leilão nesta quinta-feira, a expectativa é que o processo possa ser suspenso pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito para 2023, já que a privatização, conforme o procedimento atual, deve ser concluída em março do próximo ano.
"São 1600 empregados ameaçados de demissão e que estão em greve atualmente. Mas, mesmo que o leilão ocorra hoje, a assinatura é só em março do ano que vem e sabemos que o próximo governo vai se colocar contra esse processo", afirma.
Os metroviários estão em greve desde o dia 14 de dezembro, sem cumprimento de escala mínima, contra o processo de privatização do sistema. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), mais de 100 mil passageiros são afetados pela falta de circulação dos trens.
O leilão do metrô de Belo Horizonte segue marcado para às 14h desta quinta-feira (22), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Na última terça-feira (19), o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), garantiu a realização do pregão após conversa com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
"O leilão para expansão do Metrô de BH será nesta quinta, dia 22. Confirmei com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que o Governo Federal vai seguir com o projeto que os mineiros esperam há mais de 20 anos", escreveu no Twitter.