De acordo com a OMS, o vírus se classifica como um “problema de saúde estabelecido e contínuo”. Por isso, destaca o infectologista e epidemiologista Carlos Starling, mesmo com o fim do decreto de emergência, a população não deve abandonar os cuidados com a saúde.

“Eu vejo com um certo otimismo cauteloso. A pandemia continua merecendo cautela. O virus está ai, circulando e mutando. Temos uma variante nova que preocupa. A projeção é que, pela evolução da vacinação e pela queda natural da imunidade após a vacinação, é que durante os próximos dois anos temos picos de infecção. Um risco de 20% disso acontecer”, explicou.

O boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) no dia 26 de abril indicava um aumento semanal de 1.582 casos positivos do vírus. Na última contagem publicada na quarta-feira (3), foram mais 1.413 casos. Apesar da pequena queda, o infectologista pede para que as pessoas sigam se vacinando e se protegendo da doença. “É importante continuar a vacinação, pessoas que são vulneráveis continuarem a usar a máscara e quem tiver sintomas se testar para saber se está contaminado. Essas medidas não mudam. O que muda é apenas o termo utilizado para a Covid, o vírus segue circulando”, disse.

A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a SES-MG para saber a opinião do governo sobre o fim do estado de emergência e aguarda retorno.

OMS decide encerrar emergência de saúde da pandemia de Covid-19

Após mais de três anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira (5) que a Covid-19 não configura mais emergência em saúde pública de importância internacional.

O anúncio foi feito pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva. O alerta estava em vigor desde 30 de janeiro de 2020. Neste período de pandemia do novo coronavírus, o mundo registrou 765 milhões de casos e 6,92 milhões de mortes, embora a organização estime que este número seja "várias vezes maior".

A OMS levou em conta que o mundo está mais preparado para lidar com a doença. Os especialistas avaliam que é o momento de os países fazerem uma transição do modo de emergência para o gerenciamento da Covid-19 junto a outras doenças infecciosas.