Mortes por afogamentos crescem quase 20% em Minas; período de chuvas requer atenção

Renata Galdino
@renatagaldinoa
14/10/2020 às 18:50.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:47
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Calorão e imprudência: uma combinação perigosa que pode ter contribuído para um aumento de 18% nas mortes por afogamentos em Minas neste ano. De janeiro a setembro, 232 pessoas perderam a vida, contra 196 no mesmo período de 2019.Corpo de Bombeiros/DivulgaçãoNesta quarta, o corpo de um homem, de 51 anos, foi encontrado na represa de Furnas, no Sul de Minas

Os dados foram compilados pelo Corpo de Bombeiros, e as estatísticas devem aumentar. No último fim de semana, com o feriadão e altas temperaturas, muitas ocorrências foram registradas, frisou o tenente Elton Assumpção, da assessoria da corporação.

Uma delas foi na represa de Furnas, em Carmo do Rio Claro, no Sul do Estado. Lá, no último sábado (10), um homem de 51 anos desapareceu enquanto pescava e o barco dele virau. O corpo da vítima só foi localizado no início da tarde desta quarta-feira (14).

Segundo o tenente Elton, o aumento dos afogamentos foi percebido no início do ano. Somente nas primeiras 24 horas de 2020, pelo menos cinco pessoas morreram nessas condições.

“Com o período quente e muito seco, é normal o deslocamento de banhistas para riachos, represas, cachoeiras. Se não forem observadas as dicas de segurança, uma tragédia pode ocorrer”, alertou o militar, acrescentando que 88% das mortes em 2020 foram registradas em áreas de lazer como lagoas, represas e rios.

Elton Assumpção diz que o foco sempre deve ser a prevenção. Nesse sentido, é preciso ter cuidado com o local para onde se está indo, conhecer a área e nunca nadar sozinho.

No caso das crianças, os pais nunca devem deixá-las sozinhas. “Não terceirizar para o guarda-vida ou bombeiro que estiver presente. Até mesmo usando boias, os menores devem ser assistidos pelos responsáveis. Esse material dá um respaldo, uma segurança, mas tem risco de furar e esvaziar”, completou o tenente.

Excesso de ocupantes em embarcações e pilotagem por quem não é habilitado para tal também são riscos.

Bebida alcoólica

Mas, um dos problemas mais críticos é a ingestão de álcool. De acordo com o representante da corporação, a bebida “produz uma certa coragem e euforia. Geralmente, as vítimas são jovens, homens e não utilizam algo para dar suporte e segurança. É preciso ter muito cuidado”.

Chuvas

O período de chuvas, que tem início em outubro, também merece atenção. Nesta época, conforme o tenente Elton, há risco da ocorrência de tromba ou cabeça d’água, que faz o volume de água subir repentinamente após as chuvas.

Foi o que aconteceu no primeiro dia de 2020 na cachoeira do Parque Ecológico do Paredão, em Guapé, no Sul de Minas. Lá, três pessoas de uma mesma família perderam a vida.

“O banhista deve observar se não teve chuva na região acima de onde está ou na cidade anterior. Se aconteceu, em pouco tempo pode ter uma enchente e encher muito rápido. Acontece de pessoas ficarem ilhadas e até mortes”, frisou Elton Assumpção.

Para evitar tragédias nesses casos, é preciso observar se a água está mudando de cor, ficando mais turva. “É sinal de que a sujeira do rio está sendo arrastada e a água vai começar a subir. A pessoa precisa sair da água rapidamente”, disse.

Acampar perto de cachoeiras também não é o indicado, afirma o bombeiro. Havendo a tromba d’água e chuva de cabeceira à noite, é provável que o turista, dentro das barracas, não perceba o que está acontecendo em volta.

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