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'plantador de florestas'

Mutum-do-bico-vermelho volta a habitar a Mata Atlântica após 50 anos de extinção em parque mineiro

Espécie-chave para a dispersão de sementes, o mutum-do-bico-vermelho desempenha papel essencial na regeneração da floresta

Do HOJE EM DIA*
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 19/05/2025 às 19:09.Atualizado em 19/05/2025 às 20:46.

Após cinco décadas de extinção local, o mutum-do-bico-vermelho (Crax blumenbachii) voltou a habitar a maior área contínua de Mata Atlântica em Minas. A reintrodução da ave no Parque Estadual do Rio Doce é resultado do projeto “De Volta ao Lar”, desenvolvido pela Associação de Amigos do Parque (DuPERD) em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF).

A iniciativa alia pesquisa científica, educação ambiental e participação comunitária para restaurar uma das espécies mais emblemáticas da fauna brasileira.

“O objetivo principal é que o mutum volte a fazer parte do ecossistema e da cultura das populações locais”, afirma Gabriel Ávila, analista ambiental do IEF e coordenador do projeto. A ação integra monitoramento de campo e atividades educativas em escolas e comunidades rurais, promovendo a reconexão entre sociedade e biodiversidade.

A história da reintrodução do mutum remonta aos anos 1990, com o trabalho da Fundação Crax, pioneira na reprodução em cativeiro e soltura de aves ameaçadas. Com apoio da empresa Cenibra, mais de 200 indivíduos foram liberados na natureza a partir da Reserva Particular Fazenda Macedônia, em Ipaba, de propriedade da empresa.

Em 2023, o projeto iniciou uma nova fase com foco no Parque Estadual do Rio Doce. Cerca de 30 aves foram reintroduzidas na região da Ponte Perdida, escolhida por suas condições ambientais favoráveis e relevância ecológica. “O mutum é um plantador de florestas. Ao trazê-lo de volta, beneficiamos todo o ecossistema”, explica o biólogo e consultor do projeto, Luiz Eduardo Reis.

Espécie-chave para a dispersão de sementes, o mutum-do-bico-vermelho desempenha papel essencial na regeneração da floresta. Os primeiros resultados do monitoramento indicam sucesso na adaptação: aves não anilhadas — nascidas na natureza — já foram registradas a mais de 20 quilômetros do ponto de soltura. Um casal com filhote também foi avistado, sinalizando que a espécie está se reproduzindo em ambiente natural.

Outro indicador positivo é o engajamento crescente da população local, que tem relatado avistamentos da ave em áreas verdes próximas ao parque. “Isso mostra que o projeto tem impacto não só ecológico, mas também social”, destaca Reis.

* Com informações da Agência Minas

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