
O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda prestou depoimento nesta terça-feira (20) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal (CMBH) que investiga os contratos de despoluição da Lagoa da Pampulha. Durante sua fala, o ex-prefeito questionou o papel da Copasa na qualidade da água do cartão-postal da capital.
Lacerda assumiu a Prefeitura de BH em 2009, foi reeleito em 2012 e comandou o Executivo até o fim de 2016. Aos vereadores, o ex-prefeito disse que a poluição da lagoa sempre esteve entre as preocupações da sua administração, mas em vários momentos houve descumprimento de compromissos por parte da Copasa, o que teria feito a PBH optar por tratar a poluição direta na represa.
Segundo Marcio Lacerda, em 2011 a Copasa havia se comprometido a, até 2014, captar 95% do esgoto que chegava na Pampulha, mas não foi o que aconteceu. "Ela disse que fez isso em 2016, mas o Ricardo Aroeira, em depoimento aqui na Câmara, disse que foi só em 2020", destacou o ex-prefeito.
Relembrando a cronologia dos fatos, ele contou que quando chegou à PBH já havia trabalhos de despoluição e que a abertura do chamamento, em 2011, teve o intuito de conhecer as tecnologias de limpeza disponíveis no mercado.
Lacerda disse que, ao mesmo tempo em que se estudava as possibilidade de despoluição, conversas com a Copasa eram feitas, mas até 2014 nada do que foi acertado com a estatal mineira foi cumprido. "A paralisação da licitação foi uma avaliação em não assumir custos elevados ao ter elementos de que a Copasa não estava honrando os compromissos. Mas tínhamos uma candidatura (Patrimônio da Humanidade) da cidade que iria ocorrer logo à frente e precisávamos achar uma resposta para a Unesco", lembrou o ex-prefeito.
Próximos passos
A expectativa é que Marcio Lacerda seja o último depoente da CPI da Câmara Municipal sobre a Lagoa da Pampulha, e que os esforços agora estejam focados na elaboração, apresentação, análise e votação do relatório final.
O encerramento das investigações, que poderá sugerir o indiciamento de pessoas e/ou empresas, deve ocorrer ainda em julho.
O Hoje em Dia encontrou em contato com a Copasa e aguarda retorno.
Leia mais: